Os aeroportos da República de Cabo Verde registaram no passado mês de novembro um movimento de 213 mil passageiros, mais 62% face ao mesmo período de 2021, segundo dados oficiais divulgados nesta terça-feira, dia 20 de dezembro, pela agência portuguesa de notícias ‘Lusa’. Os dados confirmam a retoma turística, nomeadamente por parte dos europeus, que garantiram mais voos fretados por operadores turísticos, que agora chegam em maior número ao arquipélago africano, muito procurado pelas suas praias e empreendimentos hoteleiros de qualidade.
De acordo com as estatísticas da Agência de Aviação Civil (AAC), que regula o setor em Cabo Verde, em novembro deste ano os quatro aeroportos internacionais e os três aeródromos do arquipélago registaram movimento total de 213.565 passageiros, um aumento de 19,3% face ao mês anterior e 62% comparado com o mesmo mês do ano passado (131.838).
Segundo os mesmos dados, a maior parte dos passageiros foi registado nos voos internacionais (168.249), enquanto os domésticos foram 45.316.
Em novembro, os aeroportos e aeródromos do arquipélago registaram um movimento de 2.320 aeronaves, nos voos nacionais e internacionais, um aumento de 15,4% em relação ao mês anterior, e 29,2% se comparado com novembro de 2021.
No período em análise, a movimentação de carga foi de 67.526 quilos, uma redução de 20,1% em relação a outubro último, mas com aumento de 9,7% quando comparado com o mesmo mês do ano passado.
O movimento total de passageiros nos aeroportos e aeródromos de Cabo Verde tem vindo a crescer fortemente desde o início do ano, acompanhando a retoma da procura turística e em agosto atingiu os 225.998 passageiros, recorde desde o início da pandemia de covid-19.
O Governo cabo-verdiano assinou em 18 de julho um contrato de concessão do serviço público aeroportuário com o grupo Vinci Airports, envolvendo a gestão por 40 anos dos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos, recebendo 80 milhões de euros de renda.
A nova empresa que vai gerir os aeroportos de Cabo Verde é participada em 70% pela Vinci Airports e em 30% pela portuguesa ANA (por sua vez detida totalmente pela Vinci desde 2013).
O movimento total de passageiros nos aeroportos cabo-verdianos cresceu 7% em 2021, face a 2020, para mais de 830 mil, um resultado melhor do que o inicialmente apontado face às consequências da pandemia.
Estes números ainda estão longe dos verificados antes da pandemia de covid-19 e só de janeiro a dezembro de 2019, os aeroportos de Cabo Verde somaram 2.771.931 passageiros, em 35.002 movimentos de aeronaves em voos domésticos e internacionais.
Cabo Verde registou em 2019 um recorde de 819 mil turistas, setor que garante 25% do Produto Interno Bruto, mas tenta recuperar após a paralisação total em março de 2020, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19, afetando igualmente o setor aeronáutico e de navegação aérea.
Em 9 de dezembro, durante o debate sobre “Os transportes e a conectividade entre as ilhas de Cabo Verde”, na Assembleia Nacional, o ministro do Turismo e dos Transportes, Carlos Santos, revelou que Cabo Verde recebeu este ano, até novembro, cerca de 650 mil turistas, aproximando-se do recorde de 819 mil em 2019, antes da pandemia.
“A recuperação do turismo nos últimos 11 meses, com o registo de 650 mil turistas entrados no país, vem trazer mais procura ao setor [dos transportes], fazendo viabilizar o modelo implementado e fazendo jus àquilo que o modelo prevê. Ou seja, o Estado subsidia no início para mais tarde o setor ganhar autonomia, designadamente no marítimo”, afirmou o ministro.
O governante acrescentou que o operador aéreo doméstico TICV, em que o Estado detém 30% do capital social e a operar sob a marca de origem angolana BestFly, “já transportou aproximadamente 220 mil passageiros” este ano e a companhia aérea estatal TACV, que opera os voos internacionais, “cerca de 30 mil” passageiros.
“O registo de transportes de passageiros em 2022 já augura uma recuperação sustentada, que deverá ter continuidade em 2023”, apontou Carlos Santos.