Aeropostal Alas de Venezuela parada por falta de pagamento dos seguros

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A companhia Aeropostal – Alas de Venezuela está impedida de voar desde terça-feira, dia 22 de agosto, devido a terem caducado as suas apólices de seguro, confirmaram fontes relacionadas com o transporte aéreo.

A Aeropostal, que realiza voos domésticos na Venezuela, estava a trabalhar presentemente com um único avião da sua frota de cerca de aeronaves MD-82 e MD-83. Os restantes estavam avariados e não conseguiam voar devido a falta de peças sobressalentes. A companhia, tal como muitas empresas venezuelanas que trabalham com equipamentos importados, sofre as consequências da Venezuela não dispor de divisas que permitam as importações do estrangeiro.

A falta de pagamento das apólices de seguro são também consequência das restrições cambiais que vigoram no país, assoldo por uma crise político, social e económica sem precedentes.

A Aeropostal – Alas de Venezuela é uma das mais antigas companhias aéreas comerciais do mundo. Foi criada em 3 de julho de 1929 pela Aéropostale francesa (onde pontuaram os célebres pioneiros da aviação postal mundial Jean Mermoz, Antoine de Saint-Exupéry e Henri Guillamet) para servir de escala e ponte na distribuição do correio aéreo entre a América do Sul e as ilhas das Caraíbas, de Guadalupe e da Martinica.

Os primeiros voos foram realizados por três aeronaves Latecoere 26 e 28. Progressivamente a Aeropostal abriu ao transporte de passageiros. Em 31 de dezembro de 1933 o Governo da Venezuela adquiriu a companhia quando, de forma inexplicável o Governo de França cortou o subsídio que mantinha a companhia a operar.

Não obstante em mãos venezuelanas, a companhia continuou a ser operada por franceses, tendo Robert Guérin a liderar uma equipa de pilotos e técnicos franceses até final de janeiro de 1935, quando a transportadora foi rebatizada com o nome Línea Aeropostal Venezolana (LAV) e passou a ser operada por venezuelanos, presidida pelo comandante Francisco Leonardi.

Em 1937 a frota de Latécoé 28 é substituída pelos Fairchild 71. Mais tarde foram adquiridos seis Lockheed-10A Electra. Em 1939 o centro de operações foi transferido da cidade de Maracay, no Estado de Arágua, para Maiquetia, no Estado de Vargas, para estar mais perto de Caracas.

Depois de uma fase de grande crescimento, entre o final da Segunda Grande Guerra e os ano oitenta do século passado, a Aeropostal encerrou as suas operações comerciais em 1994. A decisão foi do Governo, proprietário da empresa, procurando dessa forma diminuir o grande défice das contas públicas nacionais.

Dois anos mais tarde a ‘Corporación Alas de Venezuela’ adquiriu a companhia, tornando-a de capital totalmente privado. Reiniciou operações em 7 de janeiro de 1997.

A crise que assola a Venezuela reduziu a importância da empresa e limitou toda a sua atividade. Poderá ser mais um intervalo na sua longa existência, nem sempre fácil, como vimos. Todos esperamos que a Aeropostal Alas de Venezuela volte a voar e retome o brilho que conseguiu alcançar em diversas décadas da sua vida, em que se destacava pela sua pontualidade e segurança.

Com o encerramento da companhia estão em causa 1.250 postos de trabalho.

 
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