O mês de Agosto que agora termina deixa um historial trágico no que se refere a perda de aeronaves e a vítimas mortais. Não só com aviões de acrobacia, como também com outras actividades relacionadas, como o lançamento de pára-quedistas e outras vítimas em terra. Contam-se por cerca de uma dezena de aeronaves completamente perdidas e cerca de 30 mortos registados.
Alguns dos acidentes noticiámos, outros, sobretudo no continente americano, não conseguimos informação suficiente e credível, ou atrasámo-nos, mas a verdade é que há dois momentos de maior dimensão: a colisão de dois aviões LET-41 na Eslováquia, no passado dia 20 de agosto, que transportavam pára-quedistas que treinavam para um exibição pública num Festival no dia seguinte e que provocou sete mortos e o acidente em West Sussex, no Reino Unido, no ‘Shoreham Airshow’ durante o qual um ‘Hawker Hunter’ se despenhou sobre uma auto-estrada provocando vários mortos, no dia 23 de agosto. Oficialmente foram anunciados 11 mortos, mas notícias posteriores e ainda não confirmadas, citaram fontes que admitem que no final o número de vítimas fatais possa aumentar.
No dia seguinte na Europa Central, no Festival de Dittingen, no norte da Suíça, dois ‘Comco Ikarus C42’ de uma formação acrobática de três aparelhos iguais colidiram em voo e provocaram mais uma morte.
Na sexta-feira, dia 28 de agosto, outro avião caiu durante a sessão de treinos para o Festival Aéreo de Nova Iorque, nos Estados Unidos da América. A vítima foi Andrew Wright, um dos mais reconhecidos pilotos de acrobacia aérea do Texas. Tinha 53 anos de idade e caiu com o seu avião ‘Giles 202’, encontrando a morte. Testemunhas que viram a aeronave despenhar-se na área do Aeroporto Internacional de Stewart, nos arredores de Nova Iorque, disseram que a cauda do avião mostrava estar descontrolada, pelo que alguns especialistas admitem ter-se registado alguma falha estrutural no ‘Giles’ de Wright.
No domingo, dia 30, de manhã, um Pitts S-2B, que fazia uma demonstração acrobática no Festival de Carinthia, na Áustria, espatifou-se no solo e no acidente morreu mais um piloto.
É este o triste balanço de um mês de agosto negro para a aviação ligeira e desportiva, sem ser muito exaustivo nos números e nas estatísticas. Esperamos melhores dias e que as conclusões dos inquéritos a estes acidentes produzam recomendações interessantes e eficazes que possam ser aproveitadas para melhorar a segurança dos festivais e dos seus pilotos e a confiança dos espectadores.