A Aigle Azur, companhia francesa que está em processo de falência e que desde a passada segunda-feira, dia 2 de setembro, está sob administração judicial, anunciou na manhã desta quarta-feira, dia 4, que vai encerrar o seu sistema de reservas e vendas de voos no dia 10 de setembro.
A companhia aérea, que é a segunda mais antiga de França, emprega cerca de 1.100 pessoas, tem uma frota de 11 aviões Airbus (dois deles alugados em wet lease à companhia portuguesa TAP) e transportou no ano passado cerca de 1,9 milhões de passageiros.
A par de uma dívida muito elevada, a companhia debate-se com um diferendo entre accionistas, um dos quais (minoritário) tentou assumir o controlo da companhia, com um plano de reestruturação que não foi aceite pelos outros dois (Grupo HNA com 49% e David Neeleman com 32%) que no conjunto somam a maioria de capital social. O plano de reestruturação previa a mudança da base operacional da companhia para o Aeroporto de Paris/Charles de Gaulle e a venda de diversos slots em Paris/Orly para a companhia espanhola Vueling que integra o Grupo IAG (que controla as companhias British Airways e Iberia, entre outras companhias). A operação não foi concretizada.
No processo há contudo algumas contradições que nos próximos dias serão certamente esclarecidas. Frantz Yvelin, anterior presidente executivo, da confiança do sócio minoritário, Gérard Houa, um empresário francês de ascendência chinesa, dizia que tinha em caixa 35 milhões de euros para pagar ao pessoal e uma dívida a fornecedores que atingia os 40 milhões de euros. Razão porque a venda dos slots em Orly poderia ser a solução para o saneamento financeiro da companhia, defendia Yvelin.
Nesta quarta-feira, em Paris, surgiram diversos interessados na recuperação e nos activos da Aigle Azur. Agora, tem a palavra o tribunal. Os slots da companhia no Aeroporto de Orly, o menos distante da capital francesa, que permitem cerca de 14 voos por dia, são, na verdade, um motivo de grande atração. Isso está a verificar-se nesta semana com diversas manifestações de interesse por parte de concorrentes, desde a Air France-KLM ao Grupo IAG, passando por outros fundos de investimento internacionais que desde esta segunda-feira procuram reconhecidos gestores de empresas aéreas, aposentados ou desempregados, para liderarem propostas de habilitação à futura massa falida da Aigle Azur.
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