A companhia francesa Aigle Azur decidiu suspender nesta quinta-feira, dia 5 de setembro, todos os seus voos comerciais e regulares para Portugal (Porto e Madeira), Brasil (São Paulo/Guarulhos) e Mali. A companhia francesa manterá apenas os voos para a Argélia, assegurando assim a importante quota de mercado que a empresa tem nas ligações de várias cidades francesas para a antiga colónia francesa no norte de África.
A companhia não explicou a forma como os passageiros serão protegidos. Se deslocados para voos de outras companhias, reembolsados ou, simplesmente, abandonados à sua sorte.
A decisão da atual gestão da empresa, entregue a um gestor judicial, surge na sequência de uma fase muito complicada para a segunda maior companhia aérea francesa, que poderá passar pelo seu encerramento total já no próximo dia 11 de setembro.
A Aigle Azur, que chegou a ter parte significativa do transporte de emigrantes e turistas franceses de França para Portugal, bem como de ligações entre Paris/Orly e os aeroportos de Lisboa (para onde já não opera), Porto, Faro (voos terminaram em agosto deste ano e não havia perspectiva de movimentos futuros) e Madeira.
APAVT diz que passageiros da Aigle Azur não serão protegidos pela companhia
A APAVT – Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo, distribuiu na quarta-feira, dia 4 de setembro, uma nota em que alerta os agentes de viagens e clientes da companhia aérea para o facto deste não prever a “protecção dos passageiros com voos marcados”.
“Cumpre-nos informar que a companhia aérea francesa Aigle Azur, participante do BSP em Portugal, cancelou todos os seus voos, não prevendo proteção dos passageiros com voos marcados”, começa por indicar uma informação da APAVT às agências de viagens.
“Aconselhamos os associados a pedirem, de imediato, o reembolso dos bilhetes ou parte de bilhetes não voados”, diz de seguida o documento sobre a reação possível a mais uma situação de falência de uma companhia de aviação, para tentarem evitar que os seus clientes fiquem sem o dinheiro e sem os voos.
A informação da APAVT centra-se no esclarecimentos das suas associadas “quanto à responsabilidade que impende sobre as agências de viagens que tenham comercializado viagens com a companhia aérea em causa”.
Se a viagem já se tiver iniciado, a agência tem a responsabilidade pelos clientes que se encontrarem nos destinos e devem “assumir os custos do regresso e todos os custos daí decorrentes, salvo nos casos em que existam seguros que cubram estes danos”.
“Os eventuais valores assumidos pela Agência poderão ser, posteriormente, peticionados junto da Companhia Aérea ou massa insolvente caso a mesma se apresente, entretanto, à Insolvência”, acrescenta a informação.
Quanto aos clientes que compraram diretamente pela Internet, se não foi através do site de uma agência de viagens, correm o risco de não serem reembolsados.
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