A Air France está a trabalhar num plano de reestruturação da companhia aérea que prevê a redução de alguns milhares de postos de trabalho, sem contudo recorrer a despedimentos. A informação foi adiantada por fontes dos sindicatos, cujos representantes estiveram nos últimos dias presentes nas mesas de negociações, que visam a retoma plena da empresa, após a crise provocada pela pandemia de covid-19.
A imprensa francesa revela nesta quinta-feira, dia 18 de junho, que as fontes sindicais adiantaram que o corte será entre 8.000 a 10.000 empregos nos próximos dois anos, o que significa entre 10 a 15% da força de trabalho total da companhia aérea.
A Air France não quis fazer comentários sobre os números apresentados pelos sindicatos.
O ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, também não os confirmou, argumentando que cabe à companhia aérea anunciá-los, mas salientou em entrevista à rádio ‘France Inter’ que haverá “ajustes necessários no emprego”.
Le Maire justificou, lembrando que a Lufthansa vai reduzir a sua força de trabalho em 22.000 pessoas e a British Airways em 12.000.
O ministro da Economia francês destacou também que o tráfego aéreo caiu 80 a 90% devido à crise do novo coronavírus. No entanto, Bruno Le Maire impôs uma “linha vermelha” à Air France: “que não há saídas forçadas”, ou seja, que os ajustes são feitos sem despedimentos.
Segundo o jornal económico ‘Les Echos’, todas as categorias profissionais da Air France serão afetadas pelos cortes sendo os primeiros o pessoal de terra (34.413 funcionários) com uma redução entre 4.000 e 6.000 empregos.
A redução para o pessoal da cabina será de 2.000 a 2.500 empregos, de um total de 15.461, e para os pilotos, cerca de 400, em 4.217. De acordo com o jornal económico francês, a Air France estabeleceu estes números com base num cenário em que espera uma diminuição de 20% da sua atividade em 2021 e 10% em 2022 em comparação com 2019, o que significa uma queda menor que a dos seus principais concorrentes.