Os pilotos da Air France querem um contrato de trabalho único, e com as mesmas regalias, nas companhias do consórcio em que a companhia está integrada. Por isso decretaram uma greve geral para esta semana, com início na segunda-feira, dia 15, e até ao dia 22 de Setembro. A paralisação, que afectará toda a rede mundial da empresa, poderá provocar o cancelamento de cerca de metade dos voos da maior companhia aérea francesa, integrada no segundo maior grupo de aviação comercial da Europa, do qual o parceiro mais forte é a companhia holandesa KLM.
Uma nota da companhia distribuída neste fim-de-semana aponta que a empresa está em condições de garantir apenas cerca de 48% dos voos programados, já que uma sondagem indica que só 60 por cento dos pilotos irão fazer greve. Contudo, a Air France mantém-se confiante de que até final do dia de hoje, domingo, dia 14 de Setembro, possa chegar a acordo com os sindicalistas. As reuniões continuam na sede em Paris. A concretizar-se esta grave será o maior conflito laboral na companhia desde 1998,
Os pilotos estão contra o plano de expansão da marca de baixo custo Transavia, que o consórcio quer reposicionar no mercado, juntando as duas companhias existentes – a Transavia France e a Transavia Hollande – num única, com 100 aviões e 15 bases operacionais em território europeu. A ideia é competir pelo terceiro lugar no segmento de ‘low cost carrier’, depois da Ryanair e da EasyJet, e lutar contra o crescimento das companhias espanholas e outras no Norte, Centro e Leste de Europa que anunciaram arrojados planos de expansão para os próximos dois anos.
O sindicato dos pilotos da Air France diz que o projecto de desenvolvimento e expansão da Transavia irá “conduzir à externalização de alguns postos de trabalho e a situações de ‘dumping social’, como a contratação de pilotos segundo a legislação laboral de outros países, com menos regalias que os franceses”.
Esta greve poderá custar até 15 milhões de euros por dia, segundo fontes da Air France, cujo presidente, Frédéric Gagey, afirmou que a direcção está a fazer todos os esforços possíveis para encontrar uma saída para o impasse.
O presidente do consórcio Air France-KLM rejeitou na semana passada a principal reivindicação dos sindicatos, que querem um contrato único dentro da companhia, para os actuais pilotos de todos os aviões com mais de uma centena de assentos, independentemente de serem da Air France, da Hop!, ou da Transavia, companhia associadas no consórcio.