Enquanto a Airbus ultima o processo de compra de 50,01% de participações no projeto do C-Series, hoje propriedade da Bombardier e do Governo do Canadá, o fabricante francês anunciou já a intenção de cortar custos no fabrico das aeronaves, aumentando a rentabilidade através de um melhor alinhamento da relação entre os custos de produção e o preço de venda.
Recordamos que o Bombardier C-Series tem sofrido com atrasos e alguns problemas a nível orçamental, tendo necessitado de empréstimos no valor de mil milhões (um bilião) de dólares norte-americanos, oriundos da província do Quebeque, e de 283 milhões de dólares norte-americanos, por parte do governo canadiano, para dar seguimento ao projeto.
Esses empréstimos revelaram-se problemáticos, pois outros fabricantes de aeronaves, como a Boeing e a Embraer, consideram que esses pagamentos desvirtuam o mercado, pois equivalem a subsídios diretos do governo, pondo em causa a própria indústria. A Boeing acusa a Bombardier de colocar o modelo abaixo do preço de mercado, porque foi financiado por dinheiros públicos, originando assim dumping e prejudicando todos os outros construtores que não podem aceder a dinheiros públicos.
No passado dia 6 de março, na sua visita oficial a França, o primeiro-ministro do Quebeque, Philippe Couillard, esteve nas instalações da Airbus, em Toulouse. Na ocasião, o executivo da Airbus, Klaus Richter, afirmou que se concentraria no volume para negociar reduções de preços e que a próxima reunião internacional de fornecedores tem data marcada para outubro deste ano.