As autoridades de aviação civil da Alemanha vão obrigar as companhias aéreas a proceder a controlos aleatórios de drogas, álcool e medicamentos aos seus pilotos, anunciou no início desta semana o ministro dos Transportes em declarações ao semanário ‘Bild am Sonntag’.
“Considero razoável que os pilotos sejam submetidos a essas provas não anunciadas”, disse o ministro Alexander Dobrint.
A Alemanha está a preparar nova regulamentação que prevê a obrigatoriedade desses controlos que deverão entrar em vigor já em 2016. O ministro incitou a União Europeia a fazer aprovar legislação semelhante que possa ter carácter de lei em todos os países membros, seguindo o exemplo do que já está a ser feito nos Estados Unidos da América e na Austrália. Aliás, a EASA, organização europeia que supervisiona a aviação civil, tem manifestado em diversas ocasiões o seu apoio a estas medidas. Entretanto, aguarda-se que um grupo parlamentar europeu ou a própria Comissão Europeia apresentem uma proposta nesse sentido.
“Trata-se de um mecanismo que tem trazido mais segurança para o transporte aéreo, que tem recolhido o apoio de diversos especialistas em todo o mundo”, acrescenta o ministro Alexander Dobrint.
A medida, que será tomada proximamente pelas autoridades alemãs, resulta das propostas de um grupo de trabalho, criado na esfera governamental, após o acidente com um avião da Germanwings em março passado, nos Alpes Franceses, que matou 150 pessoas. O desastre foi provocado pela atitude deliberada do co-piloto, que tinha problemas do foro psiquiátrico, nomeadamente tendências suicidas, que se trancou no cockpit e, de forma deliberada, apontou o avião contras as montanhas alpinas.
As medidas anunciadas pelo ministro dos Transportes alemão estão a ser criticadas pelo sindicato de pilotos ‘Cockpit’. O piloto Markus Wahl, porta-voz sindical, afirmou ao ‘Bild am Sonntag’ que “os controlos aleatórios são totalmente erróneos, porque colocam todo o colectivo de profissionais sob suspeita geral”.