A companhia aérea italiana Alitalia anunciou hoje que a partir do próximo dia 2 de Junho deste ano deixará de voar entre Roma e Caracas, um serviço regular que fazia desde há mais de 60 anos.
De acordo com um comunicado da companhia todos os voos entre os aeroportos de Fiumicino (Roma) e Simón Bolivar, em Maiquetia (que serve Caracas) serão suspensos indefinidamente, face à política de reembolsos e à reacção do Governo da República Bolivariana de Venezuela, quando a companhia anunciou uma reprogramação dos seus voos neste mês de Maio, em que foram retirados 17 voos dos 31 que deveria efectuar (Vide nossa notícia anterior). A Alitalia voava diariamente com um Airbus 330-200 de 224 assentos. A oferta de capacidade da Alitalia correspondia a cerca de 22% da oferta total de lugares, por semana, das companhias europeias que se mantêm na rota, entre elas a TAP Portugal com três voos semanais em Airbus A330-200.
A Alitalia é a segunda grande companhia internacional a anunciar o abandono dos voos para Caracas, depois da Air Canada, em Março passado.
Em causa está a excessiva demora na repatriação das receitas em dólares para os países das companhias que operam em Venezuela, por parte da Comissão de Administração de Divisas (CADIVI). Além do mais há outro problema que é o das companhias não aceitarem a taxa de câmbio que Caracas pretende pagar. A Alitalia anunciou também que vai reembolsar todos os passageiros que tinham viagens marcadas para depois do dia 2 de Junho.
Fontes ligadas a agências de viagens em Caracas, contactadas pelo ‘NewsAvia’ referem que a informação que a Alitalia está a passar aos seus clientes é de que esta suspensão vigorará até final do ano, quando a companhia espera ter esse problema resolvido com o governo de Nicolás Maduro. Contudo, foi o próprio Presidente que há poucos meses que disse que quem suspendesse voos ou abandonasse as rotas nunca mais as retomaria. Questão complicada e que pode levar a Venezuela a um isolamento por parte das companhias internacionais. Aliás a IATA tem alertado o governo para a gravidade da questão, pelo que por estes dias deverá tomar nova posição.
O governo venezuelano ainda não comentou a decisão do Conselho de Administração da Alitalia.