Gabriele Del Torchio, administrador-delegado da Alitalia, defendeu como necessário o despedimento de 2.250 funcionários da companhia, propostos pela Etihad, como condição para prosseguir as negociações para aquisição de uma parcela do capital social da companhia aérea italiana.
O executivo reuniu-se com representantes dos sindicatos de trabalhadores do sector aéreo para discutir e explicar o corte, que faz parte das exigências da Etihad Airways para investir na companhia italiana.
“O clima é de preocupação com aquilo que deve acontecer, mas percebemos que criar uma aliança com a Etihad é uma oportunidade única. Apresentámos a nossa posição, tomamos consciência da visão dos sindicatos e marcámos nova reunião para a próxima segunda-feira [dia 16 de Junho]”, disse Del Torchio, aos jornalistas no final desse primeiro encontro que ocorreu na passada quinta-feira, em Roma. Já as organizações de trabalhadores afirmaram que vão fazer tudo para evitar as demissões, embora reconheçam que a situação é “complicada”.
A Alitalia está a negociar com a Etihad Airways desde o ano passado, com o objectivo de partilhar parte do seu capital com um investidor forte e prestigiado no sector, de forma a conseguir sair da situação deficitária em que se encontra, em risco de encerramento, se os fornecedores e credores accionarem os mecanismos de cobrança judicial das suas dívidas. O grupo dos Emirados Árabes Unidos está disposto a investir cerca de 600 milhões de euros na companhia transalpina para assumir 49% do capital da empresa, que em 2013 enfrentou uma grave crise financeira. Contudo, um aumento de capital de 300 milhões de euros finalizado no último mês de Dezembro aliviou já um pouco a situação económica da companhia europeia.
Para muitos analistas económicos e especialistas do sector do transporte aéreo a entrada da Etihad será uma óptima oportunidade para a Alitalia reaver a sua força nos mercados interno e europeu.