Angola repatria 2.000 cidadãos retidos em Portugal – Primeiro voo já partiu

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O primeiro de vários voos humanitários para repatriamento dos cerca de 2.000 angolanos retidos em Portugal devido à covid-19 partiu nesta sexta-feira, dia 24 de julho, pelas 09h20, de Lisboa com 260 passageiros, anunciou a embaixada deste país africano na capital portuguesa.

O voo da TAAG – Linhas Aéreas de Angola, que é realizado pelo avião Boeing 777-300ER, matrícula D2-TEK, partiu após os passageiros terem “respeitado em Lisboa e durante o voo todas as regras sanitárias impostas pela atual situação pandémica”.

Este processo de embarque dos 260 cidadãos angolanos, que decorreu sem qualquer tipo de incidente, foi acompanhado de perto por elementos da representação diplomática de Angola em Portugal, conforme a nota da Embaixada de Angola em Lisboa.

Até esta data foram detetados 66 casos de covid-19 entre os cidadãos angolanos que se encontram em Portugal, com 30 pessoas recuperadas e três óbitos, segundo informação da agência portuguesa de notícias ‘Lusa’.

Em conferência de imprensa realizada esta semana em Luanda, o ministro dos Transportes, Ricardo Viegas de Abreu, referiu que, desde março, a TAAG já transportou 3.750 passageiros. Falando sobre este programa de repatriamento de Portugal, o governante disse que foi estabelecido um programa para assegurar de forma ordeira a chegada dos cidadãos angolanos, num total de 1.800 de Lisboa e cerca de 300 do Porto, que manifestaram interesse de regressar. Os voos decorrerão até final do ano.

Os cidadãos com prioridade neste primeiro voo são aqueles que possuem bilhetes de passagem válido, emitido pela TAAG, nomeadamente passageiros que se tinham deslocado a Portugal por motivos de saúde e que já terminaram o seu período de junta médica, os idosos, famílias com crianças, e, havendo espaço, outro tipo de passageiros. Todos deverão se apresentar para embarque com teste de despiste ao novo coronavírus, com resultado negativo, até 72 horas antes da viagem. É uma das condições fundamentais para o embarque e os passageiros deverão submeter-se, especificamente, ao teste molecular de pré-embarque conhecido como RT-PCR, explicam as autoridades angolanas.

“Há também a condição de estes mesmos passageiros terem que aceitar os centros de quarentena ou os hotéis designados de sua permanência durante a quarentena institucional”, informou o ministro.

Durante a viagem, todos os passageiros deverão fazer-se acompanhar de máscaras de proteção, quer no aeroporto, quer no avião.

Relativamente às bagagens, Ricardo Viegas de Abreu informou que foi dada a possibilidade aos passageiros em classe executiva de transportarem 32 quilogramas, em três volumes, e para os de classe económica o direito a dois volumes, de 23 quilogramas.

À chegada ao país, as bagagens serão desinfestadas, e, posteriormente, identificadas e recolhidas na placa pelos passageiros.

“Após essa identificação da recolha de bagagem, o passageiro deve dirigir-se para os autocarros, que estarão disponíveis para o transporte, para os centros de quarentena ou para os hotéis designados”, adiantou Ricardo Viegas de Abreu.

Nos locais de quarentena, a assistência médica e medicamentosa será assegurada pelo Ministério da Saúde, desde o aeroporto onde se vão observar alguns procedimentos de rastreio, assim como depois nos centros de quarentena, onde deverão permanecer 14 dias.

Os locais de quarentena para este primeiro voo designados são os hotéis ‘Vitória Garden’ e ‘Station’, o aldeamento ‘Kwanza Lodge’ e o ‘Infortur’.

Durante o período de permanência nos locais de quarentena será feita testagem dos passageiros e com base nos seus resultados serão determinados os passos seguintes a executar.

Os voos serão realizados com a periodicidade de 14 dias, ou seja, à medida que os centros de quarentena tenham disponibilidade de espaço. Contudo, podem ser realizadas viagens antecipadas, devidamente coordenadas com o Ministério das Relações Exteriores e a embaixada de Angola em Portugal, para que haja notificação antecipada das pessoas nas listas.

Para os cidadãos que se encontram no Porto, na próxima semana deverá haver também um voo de repatriamento, informou o governante angolano.

Aos passageiros será disponibilizado, ainda no avião, um conjunto de informações úteis relativamente à sua permanência no centro de quarentena, nomeadamente instruções específicas sobre o seu comportamento nos espaços disponibilizados, bem como será dada informação à companhia aérea sobre o comportamento adequado ao longo do voo e também no aeroporto.

 

  • Foto © Tony Mangueira Fernandes

 

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