“Temos que nos focar em primeiro lugar naquilo que produz uma resposta mais efetiva e mais breve, que são obras no Aeroporto de Lisboa”, afirma Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) .
“Estamos a perder milhões de euros todos os dias [por não termos uma solução aeroportuária para Lisboa] e sabemos que vamos perder mais porque a procura aumentaria” se houvesse capacidade, começou por dizer o dirigente associativo em declarações aos jornalistas na passada segunda-feira, dia 4 de junho, na cidade de Ponta Delgada, nos Açores.
Para Pedro Costa Ferreira, o primeiro passo é otimizar o Aeroporto Humberto Delgado com obras que permitirão “nos momentos de ‘pico’ passar de 40 para 48 movimentos por hora”.
“Se pensarmos que o Montijo vai ter 24 movimentos por hora na primeira fase significa que [com as obras] ainda é possível aceder a um terço do Montijo na Portela”, realçou Pedro Costa Ferreira.
O presidente da APAVT indicou que “está comprado há anos” um software de gestão do espaço aéreo, mas falta “formar pessoas e fazer algumas obras”, incluindo “mudar a torre de um lado para outro e fazer algumas obras na área de acolhimento dos aviões”.
Questionado sobre a sua posição relativamente à solução aeroportuária anunciada pelo Governo na semana passada, e depois revogada, Pedro Costa Ferreira respondeu que na Associação que lidera não são técnicos nem especialistas em ecologia, pelo que apenas pode dizer que “aparentemente o mais rápido e fazível é Portela + Montijo” e “do ponto de vista das agências de viagens e do turismo em Portugal, ficaríamos satisfeitos se se fizessem as obras no aeroporto da Portela, depois o Montijo e depois Alcochete”.
“Não estaríamos certamente a fazer tudo ao mesmo tempo e Alcochete apareceria no momento [em que] e se houvesse necessidade”, que “provavelmente não será tão depressa”, acrescentou.
“Fiquei com a ideia que da parte do Governo existem já ideias muito concretas e estabelecidas. Espero que haja um diálogo adulto com a oposição e que os políticos nos deem um bom exemplo daquilo que não têm feito, que é pensar no país”, porque “sabemos que esta questão do aeroporto não é uma questão governamental, é uma questão dos políticos em geral, porque todos têm que tomar a decisão e todos têm contribuído para que ela não tenha sido tomada”, concluiu Pedro Costa Ferreira.