APAVT: Viagens de final de ano resistem apesar das novas medidas de contenção

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A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) afirma que as viagens para o final de ano se mantêm, em operações de êxito, ao contrário do Natal, cujos cancelamentos aconteceram após o anúncio das novas medidas de contenção impostas pelo Governo Português no território continental.

Em declarações à agência de notícias ‘Lusa’, o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, disse que as viagens turísticas para o estrangeiro nestes últimos dias do ano, por exemplo, para Cabo Verde, Disnelyland Paris, Maldivas e Dubai, “são um êxito”, assim como em Portugal para a Madeira ou os Açores.

“A operação é, naturalmente, inferior a 2019, mas é superior a 2020, está consolidada e não foi abalada por estes últimos acontecimentos” de mais contenção devido à pandemia de covid-19, acrescentou.

Mas Pedro Costa Ferreira divide a operação turística “em três grandes partes”.

“Uma (delas) que já estava um caos, já estava sacrificada, que tinha sido destruída, é a entrada de estrangeiros em Portugal. A partir do momento em que o Governo abala uma das bandeiras da sua Presidência Europeia, que é o Certificado Digital de Vacinação, e obriga à realização de testes (de testagem à covid-19), há um cancelamento generalizado dos mercados internacionais para Portugal”, começou por explicar o responsável.

Depois, há uma segunda área, distingue o presidente da APAVT, que é a do turismo interno, que “estava a resistir” e que “acabou por ser arrasada pelo discurso” do primeiro-ministro, António Costa, depois do Conselho de Ministros extraordinário na terça-feira, dia 21 de dezembro, para aprovar a atualização das novas medidas de prevenção e combate à pandemia, dado o crescimento da variante Ómicron.

“Os cancelamentos foram imediatos assim que o primeiro-ministro terminou o anúncio das medidas. Falei com os agentes de viagens, com os hoteleiros, os restaurantes, e os cancelamentos iniciaram-se logo nesse dia à noite. Portanto, um subsetor, que estava a resistir em termos de Natal e de fim de ano, que era o turismo interno, tenho muitas dúvidas que consiga aguentar”, lamenta Pedro Costa Ferreira.

O mercado interno tem sido o principal impulsionador do setor turístico em Portugal desde que houve uma abertura mais generalizada das atividades económicas, nomeadamente no verão.

O presidente da APAVT critica que se tenha legislado, “sabendo que a sociedade civil não consegue responder”, nomeadamente dada a falta de capacidade de testagem.

“É muito bonito dizer que os testes gratuitos passam de quatro para seis quando não se pode fazer nenhum porque não há agenda, não se tem tempo ou dinheiro”, exemplificou.

Só na quinta-feira, dia 23, é que o Governo informou que os autotestes podiam ser realizados para aceder a atividades ou estabelecimentos para os quais passou a ser exigido um teste covid-19 negativo, desde que feitos no local mediante supervisão, até 2 de janeiro de 2022.

Pedro Costa Ferreira enumera, então, em terceiro lugar uma área que tem a ver com os turistas portugueses para o estrangeiro e que se “mantém resistente”.

“Os cancelamentos, continuam a ser materialmente irrelevantes e a operação comercial é definitivamente um êxito”, dando como exemplo os destinos mencionados.

“O que é que nos faz pensar? Um país que é modelo, entre aspas, no ataque à covid, e – depois de turistas internacionais que têm medo de cá entrar –, termos turistas nacionais que cancelam as viagens no seu próprio país e turistas nacionais que continuam confortáveis a ir para o estrangeiro, para diferentes países, de diferentes estágios de desenvolvimento, só há uma única razão: é que nesses países não se alteraram as restrições às viagens dia após dia. Elas estão clarificadas, estão solidificadas, não se alteram no curto prazo, e isso faz toda a diferença”, reforçou.

As novas medidas para conter a pandemia de convid-19 entraram em vigor às zero horas do dia 25 de dezembro, face à ameaça da nova variante Ómicron do vírus SARS-CoV-2, que pode ser responsável por cerca de 90% das infeções no final do ano, e vão vigorar até 9 de janeiro.

 

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