Um ataque terrorista contra o Aeroporto de Karachi, o mais importante do Paquistão, terá causado no domingo à noite 28 mortos, segundo as contas da cadeia televisiva multinacional CNN. Também há diversos aviões destruídos, embora os números não sejam certos, pois não há informação oficial e tudo o que se sabe, por enquanto, é de informadores isolados, nomeadamente funcionários do aeroporto que falam sob condição de anonimato.
O atentado verificou-se próximo à meia-noite local (menos quatro horas em Lisboa e menos oito horas em Brasília). As notícias que chegam dizem que um grupo de 10 homens armados, alguns deles com coletes de detonação de explosivos, próprios de terroristas-suicidas, entraram no aeroporto na parte dos terminais para VIPs e para carga. Só ao fim de algumas horas de intenso tiroteio é que as forças de segurança e militares conseguiram controlar a situação.
O procedimento dos terroristas ainda não está bem esclarecido, pois há versões diferentes. Uma delas afirma que eles pretendiam desviar um avião e outra refere que eles apenas pretenderam fazer estragos no terminal aeroportuário e nos aparelhos aí estacionados.
Entraram munidos de metralhadoras AK47 e com lança-roquetes, tendo disparado contras as forças de segurança que encontraram e atirado bombas em direcção às placas de estacionamento onde estavam diversos aviões comerciais. Entre as forças de segurança chega a indicação de que teriam sido mortos seis guardas, e mais dois funcionários civis do aeroporto. Estariam ainda na lista de mortos todos os dez homens identificados como terroristas, dois dos quais seriam homens-bomba.
As últimas notícias apontam que as forças militares retomaram o controlo da situação, ainda de madrugada e que elementos do corpo de bombeiros do aeroporto estavam a trabalhar no rescaldo de diversos focos de incêndio.
Os jornais de Karachi desta manhã dizem que os assaltantes utilizaram material de guerra de fabrico indiano e que entre os mortos está um comissário de bordo de um avião comercial.
Boeing 747-400 da Cargolux entre os aviões destruídos
Uma informação do grupo de spotters do aeroporto refere a destruição total de três aviões, sendo um de carga da Cargolux, uma companhia do Luxemburgo, que terá perdido um Boeing 747-400. Os outros dois aviões terão sido identificados como um Airbus A310 da PIA (Pakistan Internacional Airlines) com o registo AP-BDZ e um Airbus A330-200 da THAI (Thailand Airlines) com o registo HA-TEL. Entre os aviões que sofreram danos importantes os spotters apontam dois ATR da PIA e da Air Blue e um Boeing 777-300ER da Emirates (A6-EBP). Outra informação dos spotters do Bangla Desh, que nos parece conter informação dos colegas paquistaneses, dá como verdadeira a informação de que sete aviões comerciais de passageiros e de carga terão sido destruídos.
Estas informações carecem de confirmação e só hoje durante o dia é que se conhecerá a real dimensão da tragédia e dos estragos causados.
Ataque atribuído a talibans
A acção ainda não foi reivindicada, mas ataques precedentes contra instalações vitais no Paquistão foram atribuídos aos talibans.
Na província do Baluchistão, no sudoeste do país, outros dois ataques neste domingo mataram 23 pessoas, a maioria peregrinos xiitas. A acção visou dois restaurantes frequentados por membros da minoria xiita em Taftan, na zona da fronteira com o Irão.
Segundo Akbar Durrani, ministro do Interior do Baluchistão, quatro homens com explosivos no corpo e fuzis atacaram dois restaurantes onde se encontravam cerca de 300 peregrinos xiitas, procedentes de diversas regiões do Paquistão.
O Baluchistão, na fronteira com o Irão e o Afeganistão, é palco de repetidos actos de violência, incluindo atentados contra a minoria xiita, que representa 20 por cento da população paquistanesa.
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