Autoridades de Bissau bloquearam A340-300 com matrícula da Gâmbia

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Um Airbus A340-300 configurado para transporte de passageiros, com registo da Gâmbia (C5-AST), aterrou no passado dia 3 de novembro, no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, na capital da República da Guiné-Bissau.

Pouco se sabe acerca do motivo da escala do avião, que chegou a Bissau tripulado por pilotos turcos, segundo refere um despacho do serviço de notícias em Português da Radio France Internacional (RFI).

Adianta a RFI que a aeronave está “proibida de abandonar a placa do aeroporto”, uma medida que “foi tomada pela Agência da Aviação Civil da Guiné-Bissau, seguindo instruções do governo guineense”.

E prossegue o texto publicado pela RFI:

“Fontes que acompanham o processo indicam que o aparelho teria feito escala em Bissau, depois de ter levantado o voo na vizinha Gâmbia. A tripulação turca da aeronave teria deixado Bissau há alguns dias.

Contactada pela RFI, fonte da Agência da Aviação Civil admitiu que existe uma ordem de proibição de descolagem do aparelho, mas disse tratar-se de procedimento de rotina.

A questão que vários analistas guineenses colocam é se este Airbus A-340 retido no aeroporto de Bissau não está relacionado com o caso de tráfico de droga que a Polícia Judiciária está a investigar nos últimos dias, processo no qual seis pessoas, entre civis e militares, foram detidas.

Este novo caso de droga na Guiné-Bissau estaria relacionado com uma rede internacional de tráfico com ramificações desde a Bolívia, passando pelo Brasil e vários países da África Ocidental até chegar à Guiné-Bissau.

Os mesmos analistas lembram o caso de um outro avião, um Falcon, que continua a apodrecer na pista da parte militar do aeroporto de Bissau, depois de ter sido apreendido pela justiça guineense, em ligação com tráfico de droga. O caso ocorreu em 2009 e o avião vinha da Venezuela, transportando cerca de 500 quilogramas de cocaína pura.”

O avião que está em Bissau bloqueado por ordem do governo nacional, ainda com pintura da Kuwait Airlines.

O avião, que por ordem governamental ficou bloqueado na Guiné-Bissau até despacho em contrário, foi deslocado para uma posição alternativa no Aeroporto Osvaldo Vieira, segundo disseram fontes aeroportuárias ao ‘Newsavia’, não havendo por enquanto qualquer data para descolar novamente. Não conseguimos obter outras informações e tomamos como fidedignas as que foram publicadas pela RFI.

Sabemos entretanto, após consulta aos registos do site ‘Planespotters.net’, que a aeronave em questão voou entre julho de 1995 e março de 2020 na frota da Kuwait Airlines, companhia do Médio Oriente, com o registo 9K-AND. Entre 20 de março de 2020 mudou de registo e esteve armazenado no Aeroporto de Banjul, capital da Gâmbia, até 29 de outubro de 2021. Na passada quarta-feira, dia 3 de novembro, chegou à cidade de Bissau. O avião é dos mais antigos da lista de fabrico da Airbus, no seu tipo, com o número de série 104. Olhando a lista de fabrico dos Airbus A340-300, apenas dois aparelhos deste modelo com registo de saída de fábrica anterior ao que chegou à capital da Guiné-Bissau, estão ainda activos ao serviço de companhias aéreas do Irão.

 

  • Notícia corrigida em 21 de novembro de 2021

2 COMENTÁRIOS

  1. “Olhando a lista de fabrico dos Airbus A340-300, apenas dois aparelhos estão ainda activos ao serviço de companhias aéreas do Irão” – sugiro verificação, pois além do Irão, a HiFly, a Lufthansa e a Conviasa, pelo menos, ainda operam A340-300

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