A Avianca Holdings e a companhia aérea de baixo custo Viva Air, ambas sediadas na Colômbia, assinaram nesta sexta-feira, dia 29 de abril, um acordo para juntar os seus negócios e unificar os seus direitos económicos. A meta é estabelecer uma nova holding para fortalecer as duas companhias em termos de produtos, rede aérea, conectividade e, sobretudo, financeiramente, após a crise sofrida pelo setor aéreo no período de pandemia.
O acordo foi assinado pelos acionistas maioritários de ambas as companhias aéreas e prevê a integração do sócio fundador da Viva Air, Declan Ryan, no Conselho de Administração do novo grupo. Entretanto, a eventual transferência dos direitos de controle das operações da Viva na Colômbia e no Peru para a holding do Grupo Avianca estará condicionada à solicitação e obtenção de todas as autorizações regulatórias necessárias nos países requeridos.
A estratégia desta fusão prevê que ambos os grupos de companhias aéreas sigam como integrantes da mesma holding, mas mantendo as respetivas marcas, um pouco à semelhança do que se passou na Europa com a Air France-KLM e com o Grupo IAG que hoje integra a British Airways, a Iberia e a Aer Lingus, entre outras).
Até que as empresas obtenham as autorizações dos órgãos regulatórios na Colômbia, Avianca e Viva Air seguem como concorrentes em todos os países onde atuam, sem qualquer unificação de processos internos e externos, garantem as companhias aéreas em comunicado conjunto revelado em Bogotá.
As duas companhias começarão, para já, a definir uma estratégia de rede, evitando a sobreposição de voos nas mesmas rotas, sobretudo no mercado doméstico e para países próximos na América Latina. A Avianca tem presentemente 38 rotas domésticas e a Viva Air tem 45. Em termos percentuais, na Colômbia, as duas companhias detêm em conjunto 93% do mercado da aviação comercial.
Pouco se sabe, para já quanto ao futuro modelo de exploração e operação, mas o que o acordo significa na prática, dizem alguns analistas financeiros é que a Avianca Holdings adquire a Viva Air por incorporação de ativos.
Conhecem-se as intenções e o mercado saúda um novo grupo forte para se bater com a LATAM Airlines que continuará a ser a companhia aérea mais importante da América Latina, com a mais extensa rede de voos regionais e internacionais.
No conjunto as duas companhias somarão 13 mil funcionários, cerca de 130 aviões e uma rede de mais de 90 destinos. Números que estarão, naturalmente, sujeitos à reestruturação que será feita com vista à criação da nova holding.