Avião da Hi Fly embarca em Caracas 360 europeus de regresso a casa

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Um avião Airbus A330-900neo da companhia portuguesa Hi Fly é esperado na manhã deste domingo, dia 14 de junho, no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, com 360 passageiros que embarcaram na noite deste sábado, em Caracas, e que estão a ser repatriados para a Europa.

Embarcaram 181 cidadãos portugueses, dos quais 68 são oriundos da ilha da Madeira, para onde seguirão, após escala na capital portuguesa, e mais 179 cidadãos europeus, que estavam na Venezuela e que aguardavam oportunidade para viajar de regresso aos seus países, o que não aconteceu antes, devido à suspensão dos voos regulares devido à pandemia de covid-19.

O avião, matrícula portuguesa CS-TKY, descolou do Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, pelas 18h30 locais (23h30 horas em Portugal) com destino a Lisboa, onde está prevista a chegada para as 07h00 deste domingo.

A equipa da representação diplomática portuguesa que orientou o embarque do voo de repatriamento com destino a Lisboa, vendo-se o centro o cônsul-geral em Caracas, Licínio do Amaral.

“O processo foi complicado, mas temos 181 portugueses no voo, 68 dos quais se destinam à Madeira e temos várias outras nacionalidades, espanhóis, franceses, italianos, da União Europeia estão a bordo, mais um turco e uma queniana”, disse o cônsul-geral de Portugal em Caracas.

Em declarações à agência portuguesa de notícias ‘Lusa’, Licínio Bingre do Amaral explicou ainda que foi um voo “para pessoas que têm a sua residência permanente em Portugal” que foram apanhadas pela “suspensão dos voos devido à covid-19”.

“Vão chegar a Portugal, uns vão para a Espanha, porque a embaixada de Espanha em Lisboa já tem uns autocarros preparados para levar os espanhóis e os portugueses residentes em Espanha, que depois daí vão fazer o isolamento em suas casas”, frisou.

No caso dos madeirenses, o cônsul-geral explicou que “quando chegarem ao aeroporto da Madeira irão fazer o teste da covid-19”.

“Se o teste der negativo poderão ir para as suas casas e fazer o isolamento em casa, caso contrário, terão que cumprir a quarentena numa das instalações fornecidas pelo governo da Madeira”, afirmou.

Segundo o diplomata em Caracas ficaram ainda alguns portugueses “que tiveram dificuldades com os pagamentos (do voo de repatriamento), mas são casos residuais”.

“As instruções vêm do senhor ministro [dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva] em Lisboa, mas não creio que haja gente que justifique a organização de um outro voo para Portugal. Se outros parceiros da União Europeia organizarem um voo, eles vão ser canalizados para esse voo”, frisou.

A organização do voo, explicou, envolveu, localmente, a embaixada e os dois consulados-gerais (Caracas e Valência).

“O embaixador [Carlos de Sousa Amaro] fez o pedido a Lisboa e o senhor ministro autorizou e na sequência dessas instruções nós organizamos a parte operacional aqui”, referiu.

Questionado sobre a situação destes portugueses após vários meses em quarentena na Venezuela, precisou: “Neste voo, a maior parte dos portugueses está em situação razoável porque é gente que vem de Portugal cá e vai de cá para Portugal com alguma regularidade”.

“Muitos deles estavam cá a visitar família, de férias, ou a tratar de negócios, porque muitos deles ainda têm aqui negócios, apesar de ter a residência principal em Portugal”, sublinhou.

Imagem obtida na fila de check-in no Aeroporto de Maiquetía, que serve Caracas, para o embarque no voo da Hi Fly para a capital portuguesa.

Este é o primeiro voo de repatriamento organizado por Portugal, país que prestou assistência a 51 nacionais que foram repatriados desde finais de março, em outros voos organizados pela União Europeia e pela Espanha.

Em 26 de março, a companhia aérea espanhola Plus Ultra realizou o primeiro voo organizado para Espanha, no qual foram repatriados 18 cidadãos portugueses. Em 16 de abril outros 30 portugueses foram repatriados no segundo voo da Plus Ultra Lineas Aéreas. Em 23 de maio, cinco portugueses com residência comprovada em Espanha foram repatriados para Madrid, num voo da mesma companhia aérea.

A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, que se mantém até final do corrente mês de junho, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia. Estão oficialmente confirmados 2.879 casos de pessoas infetadas e 23 mortes associadas ao novo coronavírus. Estão ainda dados como recuperados 487 pacientes.

O avião da Hi Fly tinha descolado do Aeroporto de Beja/Alentejo, no sul de Portugal, onde está baseado, na manhã de sexta-feira, dia 12 de junho, em direção a Bridgetown (Barbados, nas Caraíbas) onde aterrou pelas 16h40 locais, e onde a tripulação descansou. Retomou viagem na tarde deste sábado para Caracas. Após a chegada a Caracas, os serviços sanitários do Aeroporto Internacional de Maiquetía procederam à desinfeção do interior do avião, antes de embarcar os passageiros, procedimento obrigatório para todas as aeronaves que chegam ao País.

 

  • Fotos © Aleixo Vieira/JM-Madeira

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