A Boeing recomendou nesta segunda-feira, dia 22 de fevereiro, a imobilização de 128 aviões do modelo 777 que se encontram em serviço ou armazenados, um dia após uma falha incontrolada no motor de um aparelho em pleno voo, logo após a descolagem, do Aeroporto de Denver, no Estado do Colorado (EUA).
“Enquanto a investigação [das autoridades] está em curso, recomendamos suspender as operações dos 69 aviões 777 em serviço e dos 59 em armazém com motores Pratt & Whitney 4000-112”, disse a empresa em comunicado.
No sábado, um Boeing 777-220 da companhia norte-americana United Airlines, que descolou de Denver, Colorado, com destino a Honolulu, no Hawai, com 231 passageiros e 10 membros da tripulação a bordo, foi forçado a regressar ao aeroporto de onde partiu, depois de o motor direito se incendiar em pleno voo.
O avião aterrou em segurança no aeroporto de Denver e nenhum dos ocupantes ficou ferido. Imagens filmadas por um passageiro do voo UA328 mostram o motor direito incandescente com a carenagem destruída. Partes do motor caíram numa área residencial, sem no entanto provocar feridos. No domingo, o regulador norte-americano para a aviação (FAA – Federal Aviation Administration) exigiu inspeções urgentes aos aviões Boeing 777 equipados com o mesmo tipo de motor.
“Depois de consultar a minha equipa de peritos em segurança aérea relativamente à falha de motor de ontem [sábado] num avião Boeing 777 em Denver, pedi-lhes que emitissem uma diretiva de navegabilidade de emergência que exija inspeções imediatas ou minuciosas de aviões Boeing 777 equipados com alguns motores Pratt & Whitney PW4000”, escreveu um responsável FAA, Steve Dickson, na rede social Twitter.
“Isto significará provavelmente que alguns aviões serão retirados de serviço”, acrescentou. O responsável da FAA disse que uma análise preliminar dos dados de segurança revelou a necessidade de verificações adicionais do tipo de motor afetado. “Com base em informações iniciais, concluímos que o intervalo entre inspeções deve ser encurtado para as pás ocas do ventilador, que são exclusivas deste tipo de motor, utilizadas apenas nos Boeing 777”, explicou o funcionário.
Na sequência do incidente, a United Airlines decidiu retirar do ar 24 aparelhos Boeing 777. A Japan Airlines (JAL) e a All Nippon Airways (ANA) anunciaram igualmente a imobilização de 13 e de 19 aviões deste modelo, respetivamente. Segundo órgãos de comunicação norte-americanos, as únicas companhias aéreas que utilizam este modelo estão situadas nos Estados Unidos, Japão e na Coreia do Sul.
- Na imagem de abertura, obtida após o estacionamento da aeronave acidentada, vemos que existe um rombo na fuselagem (assinalada a azul), provavelmente provocada pela explosão de peças metálicas da carenagem do motor que sofreu a falha.
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Deixamos em seguida a ligação para um tweet do site JACDEC, em que são mostrados os efeitos da destruição sofrida no motor do B777-200 da United Airlines:
Updated images of United Airlines #UA328 Boeing 777-200 (N772UA) shows severe damage to the #2 engine fan blade, sooting of engine high pressure + reverser unit as well as impact damage in the center wingbox underbelly. @CBSDenver pic.twitter.com/dPhY7br89x
— JACDEC (@JacdecNew) February 22, 2021