A Azul – Linhas Aéreas Brasileiras anunciou nesta quarta-feira, dia 27 de março, que foi cancelado o acordo comercial que a companhia tinha feito com os Correios do Brasil para criação de uma empresa privada de transporte aéreo e logística integrada.
Segundo a Azul a desistência da joint-venture não irá afetar as projeções financeiras da empresa brasileira de transporte aéreo para este ano, já que há um crescimento de receita, nomeadamente no segmento Azul Carga Express além do previsto, situando-se nos 57%. Uma razão substancial, que confere à gestão da Azul maior flexibilidade para negociar “outros acordos comerciais mais favoráveis” e participar de futuros processos de licitação competitiva dos Correios para o transporte de cargas.
“Apesar de não conseguirmos chegar em um acordo comercial mútuo com os Correios, estamos animados com o potencial de crescimento da Azul Cargo”, disse John Rodgerson, presidente executivo da companhia, citado num comunicado distribuído na noite desta quarta-feira.
A Azul Linhas Aéreas Brasileiras e os Correios do Brasil tinham assinado no dia 22 de dezembro de 2017 um memorando de entendimento para criação de uma empresa privada de solução de logística integrada, a partir de um novo modelo de negócio, que, naquele momento, e na opinião divulgada simultaneamente pelas duas empresas “contribuiria significativamente para o crescimento do Brasil”.
A nova empresa teria participação de 50,01% da Azul e 49,99% dos Correios e ofereceria ao mercado o serviço de gestão logística integrada para transporte de cargas, com potencial para se tornar a melhor plataforma de logística para comércio electrónico do país.
Em setembro de 2018, foi solicitada a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Económica (CADE) para a criação da joint-venture formada pela Azul Linhas Aéreas Brasileiras e os Correios do Brasil para serviços de transporte de carga e malas postais, que foi concedida em 13 de fevereiro deste ano.
A parceria já tinha sido aprovada sem restrições em dezembro de 2018 pela superintendência-geral do CADE, que entendeu que a operação não levantava preocupações concorrenciais, mesmo após a LATAM Airlines Brasil alegar que a parceria eliminaria a demanda de um grande consumidor, já que os Correios passariam a usar a Azul com exclusividade para transporte aéreo de cargas.