AZUL integra lote dos grupos interessados na privatização da TAP Portugal

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O empresário David Neeleman, que controla a companhia AZUL – Linhas Aéreas Brasileiras, é apontado pela imprensa portuguesa como um dos quatro interessados na privatização da transportadora aérea TAP.

O dossiê da privatização da companhia aérea portuguesa de bandeira parece estar a voltar à mesa das negociações, embora em diversas ocasiões nos últimos meses o Governo de Lisboa não tenha apontado ou manifestado urgência em seguir com o programa até final deste ano, ou antes das eleições de 2015.

Desde há vários anos que a privatização tem sido apontada como a solução para os grandes problemas financeiros porque passa a TAP Portugal, companhia que, não obstante ter registado lucros operacionais nos últimos anos e uma expansão e crescimento de negócios muito interessantes, mantém uma dívida acumulada de muitos milhões de euros. Além do mais a legislação da União Europeia não permite que os governos dos Estados-Membros financiem as companhias aéreas que têm capitais públicos, ao abrigo da Lei da Livre Concorrência.

Mesmo assim a dívida acumulada e consolidada da TAP é neste momento inferior em cerca de 25% do que aquela que somava há cinco anos.

Seja como for há que encontrar um caminho que permita a Portugal encontrar uma solução coerente que garanta a companhia aérea como elo de ligação entre os Portugueses, nomeadamente os que vivem em comunidades de emigração mais expressivas, e que seja um garante para o transporte dos fluxos de estrangeiros para o País, para alimentar o turismo, uma actividade que é hoje um dos mais importantes sustentáculos da sua economia.

 

Germám Efromovich (Avianca) volta a estar interessado

Feita uma primeira tentativa de privatização, o processo não correu bem. Foi há dois anos. Ficou apurado apenas o empresário Germán Efromovich, que controla a Avianca na Colômbia e no Brasil, entre outras companhias aéreas latino-americanas de menor dimensão. O negócio falhou, mas o empresário, que tem origem polaca e passaportes colombiano e brasileiro, mantém o interesse na privatização da companhia europeia.

Neste fim-de-semana o semanário ‘Expresso’, que se publica em Lisboa, integrado num dos mais prestigiados grupos portugueses de comunicação social, apontava quatro grupos internacionais como interessados na aquisição dos 49% do capital social da companhia aérea, se o Governo Português reabrir o processo de privatização nas próximas semanas.

Além de Germán Efromovich (Grupo Sinergy que controla as companhias Avianca na Colômbia e no Brasil) aponta-se também o espanhol Juan Jose Hidalgo, presidente do Grupo Globalia (controla a companhia espanhola Air Europa com grande crescimento no transporte regular para a América Latina, contando já com 18 destinos internacionais), o empresário português Miguel Pais do Amaral, ligado a diversos negócios e que estará associado ao norte-americano Frank Lorenzo (ex-presidente da extinta Continental Airlines) e ao grupo português de logística e transportes Barraqueiro, e, finalmente, David Neeleman.

A inclusão de Neeleman no grupo de interessados é uma surpresa depois de no ano passado ter declarado à revista brasileira ‘Isto é Dinheiro’ que não estava interessado na TAP. Com refere o ‘Expresso’ deixou, contudo a porta aberta ao comentar que poderia intervir no processo ajudando um grupo de investidores se estes considerassem apresentar uma candidatura. Mais não disse, mas sabe-se que a Azul está agora focada na sua expansão internacional e que a Presidente Dilma Roussef foi uma grande entusiasta da entrada da Azul na TAP há dois anos. Comentava-se até, e isso nunca foi desmentido, que o Governo de Brasília teria mesmo entusiasmado Neeleman ao lhe prometer um eventual financiamento da operação através de fundos do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES).

 

Processo irreversível seguindo o acordado no memorando de entendimento com a Troika

Círculos políticos e financeiros em Lisboa e em Bruxelas, consideram irreversível o processo de privatização da TAP Portugal, face aos compromissos assumidos pelo Governo de Lisboa aquando da assinatura do Memorando de Entendimento com a Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), conjunto de entidades internacionais que financiaram a dívida externa de Portugal e a consequente recuperação da economia portuguesa.

As eleições no Brasil, em Outubro próximo, poderão ser decisivas para a entrada da Azul neste processo, assim como a proximidade de eleições legislativas em Portugal, no próximo ano, poderão adiar por mais algum tempo este compromisso assumido entre as entidades portuguesas e a Troika. Até lá é preciso financiamento para que a companhia portuguesa não se atrase, do ponto de vista competitivo, face a outras congéneres, e aí reside o problema que Lisboa terá de acertar com Bruxelas ou com a banca que detém a dívida da transportadora aérea.

A TAP precisa adquirir imediatamente dois aviões (o que, aliás, já foi confirmado pelo presidente da companhia no mês passado) e, já no horizonte de 2015-2017, decidir e receber uma nova frota de aparelhos para a PGA – Portugália Airlines, companhia subsidiária para voos regionais e domésticos e em percursos mais próximos na Europa e Norte de África. Aqui mais uma vez o Brasil estará na ordem do dia, pois há conversações abertas com a Embraer. Só falta fechar o negócio, sabe o ‘NewsAvia’ de boa fonte. Porque a outra hipótese seria adquirir aparelhos Airbus A319 e por aí a TAP não irá. Entre as razões que apontam para os novos jatos Embraer como uma excelente opção há uma razão fundamental para a actual administração da TAP, simples e entendível: os pilotos da PGA, que estão num quadro salarial mais baixo do que os da TAP, embora integrados no mesmo grupo, ganhariam força para solicitar um nivelamento dos seus salários, se a companhia optasse pelos Airbus.

 

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