A companhia aérea brasileira está prestes a adquirir 35 aviões de passageiros para médio curso à construtora europeia Airbus, anunciou neste fim-de-semana a agência de notícias financeiras e económicas ‘Bloomberg’.
Num trabalho editado pelos jornalistas Christiana Sciaudone e Andrea Rothman, a agência norte-americana adianta que o negócio em perspectiva deve atingir a soma de 3,6 mil milhões de dólares, e que o tipo de avião que está a ser negociado é o novo Airbus A320neo, jato de um único corredor que já fez o seu primeiro voo em Setembro passado, e que agora está em processo de certificação por parta das autoridades de aviação civil da Europa e dos Estados Unidos da América.
A ‘Bloomberg’ adianta que a Airbus estará disposta a ajudar David Neeleman no processo de crescimento da sua companhia aérea, que ainda neste ano irá iniciar uma nova rota de voos internacionais para os Estados Unidos, o que marca a estreia da empresa que até agora, e desde a sua fundação, em 2007, esteve sempre centrada nos voos domésticos, com um crescimento assinalável, em todos os sectores.
Segundo as notícias agora conhecidas, confirmadas pela agência junto de três fontes que reputa de confiança, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras estará a negociar directamente com a Airbus e, também, com empresas de leasing, o que poderá de alguma forma apressar a recepção dos novos aviões A320neo, no caso da companhia brasileira se decidir pela sua aquisição.
Ao optar pelo novo avião europeu de corredor único, a Azul reduziria a sua dependência da construtora brasileira Embraer que até há dois anos era a fornecedora exclusiva de aviões desta que é a terceira maior companhia aérea do Brasil.
O A320neo deverá começar a equipar as companhias aéreas mundiais a partir do último trimestre de 2015 e pode ser configurado para embarcar até 189 assentos, enquanto o Embraer E195, maior avião atualmente ao serviço da Azul, pode transportar até 124 passageiros.
Expansão da Azul segue caminho delineado por Neeleman
O líder da Azul, David Neeleman, tem dupla cidadania. Nasceu há 58 anos nos EUA, cresceu no Brasil e, de regresso aos ‘States’ fundou a JetBlue Airways Corp., com sede em Nova Iorque. De regresso ao Brasil criou a Azul em 2008, companhia que actua no segmento do baixo custo, com grande qualidade e com um crescimento muito interessante.
A Azul está realizando uma série de compras neste ano, alinhando duas outras aquisições de aviões avaliados em 3,87 mil milhões de dólares, segundo pelos preços de catálogo. A empresa estuda abrir o seu capital social em Janeiro de 2005 e tem planos de expansão.
Neste ano a companhia acertou o leasing de sete aviões Airbus A330-300 com dois corredores para começar dois voos diários de Campinas/São Paulo para a Flórida (EUA) em Dezembro e encomendou também cinco aviões do novo modelo Airbus A350-900 que chegarão à companhia em 2017.
Neeleman disse no mês passado que estava avaliando a aquisição de modelos de fuselagem estreita da Airbus ou da Boeing para substituir os jatos Embraer da Azul, que também seriam transferidos para outras rotas na rede em expansão da companhia aérea. A JetBlue, fundada por Neeleman, também utiliza tanto aviões da Airbus quanto da Embraer. É fácil concluir que está a seguir um modelo de negócio semelhante.