Bernardo Trindade defende integração da TAP num grupo europeu

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“O negócio do transporte aéreo é muito sensível, eu não quero a TAP ‘low cost'”, começou por defender Bernardo Trindade, quando questionado sobre a sua posição no processo de privatização da companhia aérea portuguesa. Nesse sentido, defende – em entrevista ao Jornal de Negócios/Antena1 – “a possibilidade de ser integrada num grande grupo que lhe permita ganhar escala e ser competitiva”.

O presidente da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), antigo secretário de Estado do Turismo e ex-administrador não executivo da TAP até 2021, foi um dos subscritores de uma carta aberta, divulgada recentemente, que defendia que a companhia aérea deveria manter-se nas mãos do Estado. Mas como explicou, no grupo de 25 subscritores havia posições diferentes. “Ou seja, havia pessoas que, no fundo, defendiam essa manutenção exclusiva [do Estado], e outras, como o meu caso, que defendiam a possibilidade da abertura do capital”.

De forma a acautelar os interesses do Estado no processo de privatização, que o Governo Português quer concluir até ao final do primeiro semestre de 2024, Bernardo Trindade defende que o caderno de encargos “tem que contemplar três realidades fundamentais”. Além da manutenção do ‘hub’ em Lisboa, não deve esquecer os arquipélagos [Açores e Madeira], que no ordenamento administrativo português são designados por Regiões Autónomas, nem a diáspora.

A Air France-KLM, a IAG – dona da Iberia – e a Lufthansa já manifestaram interesse em olhar para a privatização da TAP. Mas podem surgir mais candidatos, incluindo portugueses.

Como o Negócios noticiou, há um consórcio nacional a ser desenhado. Diogo Lacerda Machado, antigo consultor do Governo para negócios com privados, será o dinamizador da iniciativa que chegou a envolver Germán Efromovich, ex-dono da Avianca que no passado foi preterido na compra da transportadora nacional.
O decreto-lei que vai dar o tiro de partida oficial do processo de venda, e definir que percentagem o Governo quer alienar, deverá ser levado a Conselho de Ministros nas próximas semanas.

A consultora EY e o Banco Finantia já entregaram à ‘Parpública’, holding do Estado que congrega as participações em empresas públicas de capital público, os relatórios preliminares das avaliações da TAP, um dos passos necessários para poder avançar com o processo. Mas só depois de receber os relatórios finais é que o Governo vai avançar com o documento, como tinham dito fontes do processo ao ‘Negócios’. O objetivo é tentar ter o diploma aprovado antes do Orçamento do Estado, que tem de ser entregue até 10 de outubro.

 

  • Artigo publicado na edição online do ‘Negócios’ no domingo, dia 17 de setembro.

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