“A Binter não irá participar nas rotas da Madeira para o Continente Português”, garantiu ao ‘Newsavia’ Miguel Angel Suárez, diretor comercial da empresa espanhola, com sede nas ilhas Canárias. Está assim afastada a polémica que se tinha criado nos últimos meses na Região Autónoma de que a Binter poderia ser a terceira companhia na rota Lisboa-Madeira, onde apenas estão duas companhias: a TAP Air Portugal e a EasyJet. Na rota Porto-Madeira já existem três companhias: a Transavia juntou-se à TAP e à EasyJet.
O recente anúncio de que a companhia espanhola irá receber no próximo ano três aviões Embraer E195-E2, com capacidade para 132 passageiros e uma maior autonomia de voo do que os aparelhos que hoje estão na sua frota, não tem nada a ver com uma eventual participação da Binter nos voos domésticos entre aeroportos portugueses, nomeadamente de Lisboa, do Porto e de Faro para a Madeira, esclarece o responsável pela sector comercial da empresa aérea espanhola. “O nosso compromisso, para já, é na rota que liga as regiões das Canárias e da Madeira, e nos voos diários para o Porto Santo.
A ideia de que a Binter poderia entrar na concorrência nacional surge do facto da companhia ter ganho o concurso internacional para a concessão da linha regular entre as duas ilhas do arquipélago – Madeira e Poro Santo – que obriga a ter, em permanência, um avião e tripulações na ilha da Madeira. Uma linha sujeita a Obrigações de Serviço Público (OSP) e na qual a Binter permanecerá até dezembro de 2021. No período de Inverno IATA (2018-2019) a companhia faz três voos semanais entre os aeroportos de Las Palmas de Grã Canária e um de Tenerife para a Madeira.
A Binter está disposta a entrar num acordo que viabilize rotas diretas da Madeira para aeroportos do Norte de África, aparecendo Marrocos (Marraquexe ou Tânger, por exemplo) como destinos naturais para férias dos madeirenses ou para promover circuitos com turistas que passam mais tempo na Madeira. O Algarve chegou a ser uma hipótese, mas a lotação do avião (72 lugares) seria penalizada, assim como o peso da bagagem, dado ser uma rota sem rentabilidade para aviões turbo-hélice, como é o caso dos ATR-72-600 utilizados pela Binter nas linhas inter-ilhas.
“O que nós sempre dissemos é que gostaríamos de rentabilizar algumas rotas próximas do arquipélago da Madeira, desde que haja procura por parte dos madeirenses e, eventualmente, interesse dos agentes de viagens”, observou Miguel Angel Suárez em recente vista de jornalistas portugueses às instalações da companhia em Las Palmas.
No Verão de 2019 a Binter manterá o número de voos entre as ilhas Canárias e a Madeira (oito de Grã Canária e três de Tenerife) utilizando sempre equipamento ATR72-600. Uma rota com uma grande percentagem de passageiros que se deslocam em férias. A companhia também voa para Lisboa, uma linha que se tem revelado bastante interessante para a Binter, a par de Vigo, no norte de Espanha, e de Palma de Maiorca, nas ilha Baleares, situadas no Mediterrâneo. Nestes voos utiliza aviões Bombardier CRJ1000, que estão alugados à companhia espanhola Air Nostrum. Com a chegada dos E195-E2 esses aviões serão devolvidos e a Binter passará a voar com os novos aparelhos de fabrico brasileiro para aeroportos da Península Ibérica e para outras cidades africanas, nomeadamente em países para onde já voa, e para os quais terá uma oferta maior e mais qualificada com o novo equipamento, assim como está prevista a abertura de novas rotas para outros países da África Ocidental acima do Equador. Isso será visível já a partir do Inverno de 2019, com a chegada do primeiro E195-E2. Contudo, mudanças maiores na rede da Binter, só deverão acontecer a partir do Verão IATA de 2021, quando estiverem nas Canárias os três novos aviões de fabrico brasileiro.