Boeing já não acredita em mais vendas da ‘Rainha dos Céus’

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Foi em 1968 que saiu da fábrica da Boeing, em Seattle, no Estado de Washington, no noroeste dos Estados Unidos da América, o avião que mudou para sempre a forma como viajamos. O Boeing 747-121 foi desenhado por Joe Sutter e pensado para revolucionar o transporte aéreo em massa.
O seu primeiro voo foi a 9 de Fevereiro, quando muitos pensavam que não conseguiria sequer voar.
Fez mais que isso: voou elegantemente apesar do seu tamanho – duas vezes maior que o do competidor mais próximo – e foi devido à sua dimensão e graciosidade que ganhou a alcunha de ‘Rainha dos Céus’.

O Boeing 747, iniciou uma nova era na aviação comercial. Abriu o mundo aos viajantes em massa, permitindo uma economia de escala para as companhias, que prometia revolucionar a mobilidade humana, embora o programa inicialmente registasse vendas aquém do esperado, o que poderia ter determinado a sua falência.
Recuperada do percalço inicial, o reinado do B747 foi longo. Contudo, nos últimos anos, foi vendo o seu espaço reduzido em todas as operadoras mundiais, sendo substituído por bi-motores mais eficientes em custos de operação e de manutenção.

Não foi com surpresa quando no segundo dia do ‘Paris Air Show’ deste ano, na apresentação do estudo da Boeing de previsão mercado até 2036 aos jornalistas, verificámos que a categoria reservada às vendas do 747-8, versão passageiros e carga, simplesmente desapareceu.

A Boeing prevê o crescimento da operação do 787, do 777x ou do novo 797 (opção para o mercado médio de corredor duplo) que está a desenhar.

A apresentação deste estudo anual, com previsão de facturação de 6,1 triliões de dólares, um total de 41.030 aeronaves necessárias até 2036, foi feita por Randy Tinseth, o vice-presidente de marketing para o setor de Aviação Comercial da Boeing, que destacou o forte aumento do tráfego de passageiros neste ano e uma previsão de crescimento médio anual de 4,7 % ao longo dos próximos 20 anos.

 

 

O segmento de corredor único será o que cresce mais

Alimentado pelas companhias de low-cost e por mercados emergentes, a Boeing prevê que 29.530 aeronaves sejam necessárias neste segmento, um aumento de quase cinco por cento em relação ao passado. ” O mercado está especialmente necessitado de aeronaves de corredor único, já que cada vez mais pessoas estão a viajar por via aérea, uma tendência que continuará a crescer”, afirmou ainda Tinseth.

 

Up-grade de aeronaves anima mercado de fuselagem larga

Neste estudo a Boeing aponta para a necessidade de 9.130 novas aeronaves, com uma grande fatia desses aparelhos serem dirigidos para a substituição dos mais antigos e ineficientes ou dos quadrimotores.

No final da apresentação choveram as perguntas sobre a ‘Rainha dos Céus’. Tinseth afirmou que este estudo reflete a realidade dos mercados, por mais que custe, o futuro será dos bimotores. A evolução de construção das fuselagens e motores e demais sistemas integrados colocam estes aviões como muito competitivos, com custos por assento inatingíveis pelos quadrimotores.
Não existe muita esperança no reavivar das vendas dos 747-8i, para passageiros ou carga.
Tinseth chegou mesmo a afirmar que não acredita que a Airbus produza todos os A380 que tem encomendados.
“O maior e mais eficiente avião no mercado para o futuro será o 777x”, concluiu Tinseth.

A primeira entrega do novo B777x, com capacidade para 400 passageiros, está prevista para 2020.

 

 


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