A fábrica aeroespacial norte-americana Boeing contabilizou no primeiro trimestre deste ano um prejuízo de 561 milhões de dólares (465 milhões de euros), inferior em 12% face ao observado no mesmo trimestre do ano anterior.
Para a Boeing, este ano representará um “ponto de viragem” na direção da recuperação, salienta o construtor aeronáutico em comunicado.
Até março, as receitas da Boeing atingiram os 15.217 milhões de dólares (12.611 milhões de euros), menos 10% face a idêntico período do ano anterior, devido à redução nas entregas de aeronaves do modelo 787 e à queda do volume de serviços comerciais.
O presidente executivo da Boeing, David Calhoun, afirmou numa carta enviada aos trabalhadores, a que a agência espanhola de notícias ‘EFE’ teve acesso nesta quarta-feira, dia 28 de abril, que, embora a pandemia de covid-19 “continue a complicar” o ambiente geral do mercado, o responsável vê este ano, como “um ponto de viragem fundamental para a indústria (aeronáutica) à medida que a distribuição de vacinas se acelerar”.
E prosseguiu: “Trabalhamos com o Governo e a indústria para ajudar a termos uma recuperação robusta”.
O gestor destacou ainda a “resiliência” da Boeing, que conta com seis semestres consecutivos de prejuízos, somando a crise do 737 MAX e a da covid-19, esclarecendo que os avanços nas diferentes divisões da empresa refletem uma recuperação na procura.
Nesse sentido, falou do regresso operacional do avião 737 MAX, homologado pelo regulador norte-americano em novembro do ano passado, após meses de investigações e aperfeiçoamentos técnicos por causa de dois acidentes fatais.
O fabricante já entregou 85 dos aviões 737 MAX aos clientes em todo o mundo, sendo que 21 companhias aéreas voltaram a operá-los, apesar do gestor reconhecer que ainda está a trabalhar com o regulador no âmbito de “problemas elétricos” que foram recentemente identificados em alguns equipamentos.
Por setores, a aviação comercial gerou receitas no trimestre de 4.300 milhões de dólares, menos 31% em termos homólogos, como resultado da entrega de 77 aviões, embora os pedidos das diversas companhias aéreas tenham chegado à centena e em carteira possua cerca de 4.000 novas aeronaves.
Quanto ao setor da Defesa e do Espaço, este continua a ser o trunfo da Boeing, com receitas no primeiro trimestre de 7.200 milhões de dólares, mais 19% em termos homólogos, devido a contratos com o governo, em particular a Marinha e a Força Aérea norte-americanas.
Finalmente, a divisão de serviços globais teve receitas de 3.700 milhões de dólares (-19% em termos homólogos), pressionada ainda pela pandemia de covid-19.