Cabo Verde Airports reclama dívidas da TICV e da Air Senegal e corta serviços a partir do dia 21

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A Cabo Verde Airports, empresa concessionária dos aeroportos internacionais e domésticos da República de Cabo Verde, vai deixar de prestar alguns serviços de apoio às operações das companhias aéreas à TICV – Transportes Interilhas de Cabo Verde e à Air Senegal, a partir da próxima segunda-feira, dia 21 de janeiro, devido às “avultadas quantias em dívidas”.

Um comunicado de imprensa distribuído pela Cabo Verde Airports justifica a decisão da empresa que “se vê obrigada a tomar as referidas medidas para travar o aumento insustentável das avultadas quantias em dívida pelas companhias aéreas supracitadas, não obstante, as incansáveis tentativas, sem sucesso, de as fazer cumprir com as suas obrigações”. A Cabo Verde Airports lamenta que nem as contrapropostas enviadas às duas companhias aéreas foram respeitadas.

A TICV (ex- Binter Cabo Verde) é uma empresa de registo cabo-verdiano hoje propriedade (70% do capital) do grupo BestFly, fundado por empresários africanos (de Angola e Cabo Verde) com sede nas Caraíbas, mas com interesses em diversos países, nomeadamente em Angola e em Cabo Verde, além da Europa onde adquiriu no ano passado uma empresa de jatos executivos, com sede na Áustria, em sociedade com o grupo turístico português Newtour (LINK notícia relacionada). Os restantes 30% do capital social da TICV pertencem ao Estado Cabo-Verdiano.

A Air Senegal é a companhia aérea de bandeira da República do Senegal, país situado na costa ocidental de África.

A Cabo Verde Airports, lê-se na nota de imprensa, assumiu um compromisso com o Estado de Cabo Verde de promover a diversificação e o desenvolvimento da indústria da aviação civil e a modernização dos aeroportos a nível nacional.

“Um compromisso que pretende cumprir na íntegra, não compatível com a manutenção de companhias aéreas a operarem, sistematicamente, sem o pagamento atempado dos serviços prestados pela Cabo Verde Airports, sob pena de colocar em risco a sustentabilidade económica e financeira da empresa”, justifica o comunicado.

A Cabo Verde Airports diz estar ciente das consequências negativas que podem advir da não prestação de serviços, pelo que “considera prioritário e imprescindível que as companhias aéreas devedoras, TICV e Air Senegal, respeitem os planos acordados e paguem pelos serviços prestados”.

A Cabo Verde Airports é responsável pela gestão de quatro aeroportos internacionais nas ilhas de Santiago (Praia), Sal, São Vicente e Boa Vista, e três aeroportos domésticos em São Nicolau, Maio e Fogo, desde julho do ano passado, através de um contrato de concessão que terá a duração de 40 anos. A empresa é detida pela Vinci Airports (70%) e pela sua subsidiária portuguesa, ANA Aeroportos de Portugal (30%).

  • Texto com base em notícia distribuída pela agência cabo-verdiana de notícias ‘Inforpress’
  • Foto de abertura © Carlos Freitas

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