Ulisses Correia e Silva, primeiro-ministro do Governo da República de Cabo Verde, defendeu a criação de um mercado único de transporte aéreo africano na sua intervenção na 32ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e do Governo da União Africana, que acontece desde domingo passado, em Adis Abeba, na Etiópia.
“O reforço significativo da conectividade é determinante para a aceleração do processo de desenvolvimento da África. Desenvolver as relações intra-africanas e com o mundo só é efetiva com boas conectividades a nível dos transportes, das telecomunicações e de TIC”, disse o primeiro-ministro cabo-verdiano.
Ulisses Correia e Silva entende que a mobilidade de pessoas, o comércio, o investimento, o turismo, o acesso a mercados, a circulação e partilha de conhecimento, da ciência, da tecnologia e da cultura, só se conseguem com boas conectividades, mas que isto não tem sido possível porque “África não tem nenhum aeroporto na lista dos MegaHubs mundiais e é um continente com uma quota de mercado mundial de transporte aéreo muito fraca, com cerca de três por cento”.
O continente africano tem, no entanto, um mercado com potencial enorme, “por estas razões partilhamos o sentido de prioridade concedido pela UA ao Mercado Único de Transporte Aéreo Africano”, defendeu o governante cabo-verdiano.
“Acredito que com a criação da Zona de Comércio Livre e o Mercado Único de Transportes, enquadrados por ambientes de estabilidade política, instituições fortes e capital humano feliz e qualificado, a África acelerará o seu desenvolvimento”, afirmou Ulisses Correia e Silva.
O primeiro-ministro anunciou ainda que Cabo Verde tem em curso o processo de liberalização da sua zona de tráfico aéreo, de acordo com as recomendações da Decisão de Yamoussoukro e lembrou que o país irá acolher, de 27 a 29 de março, a primeira conferência ministerial de turismo e transporte aéreo em África.