O câmbio flutuante do kwanza, moeda nacional da República de Angola, e o aumento dos custos operacionais da companhia aérea de bandeira estão na origem da recente subida nominal dos preços das passagens aéreas para os voos internacionais da companhia aérea angolana TAAG, indicou o porta-voz da empresa.
Citado pelo jornal angolano ‘Valor Económico’, Carlos Vicente indicou que a TAAG não mexeu nas tarifas, garantindo que qualquer aumento dos preços dos bilhetes só pode ser definido pelo Ministério das Finanças.
Às inúmeras reclamações dos clientes, o porta-voz da TAAG lembra que as mexidas nos preços começaram em janeiro deste ano, logo após a introdução da taxa de câmbio flutuante pelo Banco Nacional de Angola (BNA), salientando que as políticas da empresa só podem mudar “depois de um estudo aprofundado”. “A questão é mesmo o câmbio flutuante. Os preços dos bilhetes somente podem ser alterados pelo Ministério das Finanças”, detalha.
De 15 a 30 deste mês, os preços da classe económica para Luanda-Lisboa, por 15 dias úteis, custam cerca de 700 mil kwanzas (cerca de 2.333 euros) na classe económica e acima dos 1,3 milhões de kwanzas (4.300 euros) na executiva.
Em comparação com outras companhias aéreas que operam os voos internacionais para Angola, tendo em conta uma consulta aos respetivos sítios na Internet, os preços estão todos abaixo dos praticados pela TAAG. A TAP, a segunda companhia usada por angolanos, cobra, na classe económica, para Lisboa, 691 mil kwanzas (2.303 euros), mais caro do que a Royal Air Maroc, que custa 439 mil kwanzas (1.463 euros), mas via Casablanca, e a KLM, cujo bilhete para Lisboa fixado nos 434 mil kwanzas (1.446 euros), com escala por Amesterdão.
Carlos Vicente adiantou que os preços “vão manter-se inalterados” enquanto vigorar o regime flutuante. No entanto, sublinhou, nada será alterado enquanto a companhia não fizer um estudo de mercado sobre a viabilidade da alteração das tarifas. “Para rever as políticas, temos de fazer um estudo aprofundado. Não vamos baixar as tarifas de um dia para outro. Temos de ver a viabilidade”, argumentou.