O Presidente da República Portuguesa visitará na segunda-feira, dia 18 de julho, a Base Aérea n.º 6, no Montijo, e voará num avião Lockheed C-130H Hercules da Esquadra 501 – ‘Bisontes’, para demonstrar a confiança na Força Aérea e naquele tipo de aeronave, depois do acidente que vitimou três militares na segunda-feira, dia 11 de julho.
“Segunda-feira irei à Base Aérea do Montijo e terei oportunidade de saber o que entretanto terá sido indagado e dar uma palavra de confiança na Força Aérea, de confiança naquele tipo de aeronave. Eu próprio voarei num C-130 nesse dia”, anunciou o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas nesta sexta-feira, em Lisboa, antes de entrar para a Igreja dos Jerónimos, em Belém, onde decorreu uma missa de homenagem aos três militares que morreram segunda-feira vítimas de um acidente com um avião C-130H, da esquadra 501, na Base Aérea n.º 6.
O Presidente da República destacou “o exemplo” dos três militares, um tenente-coronel, um capitão e um sargento, que “foi muito impressionante” ao “terem mostrado o que é a condição militar, que é estar ao serviço do país com risco da própria vida, em todos os momentos, mesmo em momentos de paz”.
Comunicado da FAP atualiza informação sobre o acidente
Entretanto, a Força Aérea Portuguesa (FAP) distribuiu nesta quarta-feira um comunicado em que esclarece alguns pontos relacionados com o acidente e aclara algumas versões que têm sido publicadas na imprensa portuguesa, já que algumas delas carecem de fundamento e não são verdadeiras.
É o seguinte o comunicado da FAP que pretende fazer o ponto da situação do acidente com a aeronave Lockheed C-130 H Hercules da Esquadra 501 – ‘Bisontes’ e que levou à perda total do aparelho registado com o número 16804, adquirida em 1977:
“Na sequência do acidente com uma aeronave C-130H, ocorrido a 11 de julho de 2016, na Base Aérea Nº 6, no Montijo, a Força Aérea informa que:
O militar com lesões graves continua internado no Hospital de São José, em Lisboa, encontrando-se estabilizado. Mantém-se, porém, o prognóstico reservado. Os três feridos ligeiros, assistidos no Hospital das Forças Armadas, receberam alta hospitalar durante a tarde de ontem [terça-feira, dia 12].
Considerando as conclusões preliminares da Comissão Central de Investigação da Força Aérea, e face às informações entretanto veiculadas por alguns órgãos de comunicação social (OCS), esclarece-se o seguinte:
O acidente ocorreu durante uma missão de treino para qualificação da tripulação, ainda na corrida de descolagem, sem que esta se tenha verificado. Da parte da tripulação, não houve reporte de qualquer situação de emergência. A aeronave imobilizou-se fora da pista, incendiando-se de imediato, o que resultou na sua perda total.
Os quatro militares que conseguiram sair da aeronave após a sua imobilização fizeram-no pelos seus próprios meios, não tendo, em qualquer momento, regressado ao avião. Foi posteriormente confirmada a presença das três vítimas mortais no interior da aeronave.
As questões de natureza técnica avançadas por alguns OCS como causa do acidente têm, neste momento, caráter especulativo, na medida em que, da investigação em curso, não resultou ainda qualquer conclusão neste âmbito.
A Força Aérea prestará mais informação à medida que outros factos venham a ser apurados.”
- A imagem que ilusta este texto é do avião da FAP acidentado no Montijo e foi obtida no Aeroporto Internacional da Madeira no passado dia 4 de julho, por ocasião da última viagem da aeronave militar ao arquipélago português, em cujos aeroportos – Madeira e Porto Santo – esteve dezenas de vezes. A foto é da autoria do spotter madeirense Afonso Nunes e consta de um post de homenagem à FAP e aos militares que faleceram no acidente publicada no blogue do grupo ‘Spotting Photography and More’, intitulada ‘True Heroes‘ (Verdadeiros Heróis).
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