Christine Ourmières-Widener, que deixou há poucos dias o lugar de presidente da Comissão Executiva da TAP SGPS SA, por ter sido demitida pelo Governo Português, já deu instruções aos seus advogados para avançarem com uma ação contra o Estado Português, acionista único da empresa de transporte aéreo. A notícia foi revelada nesta sexta-feira, dia 21 de abril, pela estação televisiva SIC, que adianta que a executiva francesa contestará em Tribunal o despedimento e apresentará um pedido de indemnização avultada.
A ex-CEO da TAP afirmou recentemente na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, na Assembleia da República, em Lisboa, que, no dia antes de ter sido demitida, juntamente com o presidente do Conselho de Administração da empresa, Manuel Beja, foi convocada para uma reunião com o ministro das Finanças, Fernando Medina, na qual lhe foi pedido que se demitisse, numa reunião com Fernando Medina, apesar do reconhecimento do “trabalho fantástico” da gestora.
A gestora francesa, contratada através de uma empresa internacional, contestou o despedimento e acusou o Governo de ter tido “pressa política” para a demitir, segundo a contestação da defesa.
A deliberação governamental que justifica a demissão por justa causa acusa ambos os gestores de violarem os estatutos da empresa, assim como os deveres de cuidado e lealdade impostos no exercício de funções.
Christine Ourmières Widener terá violado as normas por ter iniciado, por sua iniciativa, e conduzido o processo que culminou no acordo de saída de Alexandra Reis, tendo-o subscrito, igualmente sem ter solicitado a convocação de uma Assembleia-Geral ou sequer ter reportado a decisão ao Ministério das Finanças.