A Comissão de Trabalhadores (CT) da TAP acusou a gestão da empresa de “tentativa de estrangulamento” da ação das organizações representativas dos trabalhadores (ORT), por ter colocado entraves à realização de um plenário seguido de marcha, nas instalações da companhia, no Aeroporto de Lisboa nesta quarta-feira, dia 15 de fevereiro (LINK notícia relacionada).
“Ao contrário daquilo que tem acontecido ao longo dos anos, desde o 25 de abril, esta Comissão Executiva decidiu pôr entraves à realização do plenário e da marcha, dizendo que sofre de ilicitude, porque nós não definimos serviços mínimos essenciais”, disse aos jornalistas a coordenadora da CT da TAP, Cristina Carrilho, à entrada das instalações da companhia aérea, onde estava marcada uma concentração de trabalhadores, que quase não teve adesão.
“Há aqui nitidamente uma tentativa de estrangulamento da ação das ORT”, acusou a responsável.
Na passada sexta-feira (dia 10), a CT anunciou que ia promover um plenário seguido de marcha, sobre a privatização da empresa, à qual se opõe, mas, depois de informada pela Comissão Executiva de que a ação seria ilícita, decidiu alterar para uma concentração de trabalhadores que estivessem fora do horário de trabalho.
“A comunicação que seguiu para a Administração a informar do plenário e a pedir a utilização das instalações é exatamente igual àquela que se manda sempre que há um plenário e nunca houve entraves a que esse plenário se realizasse, sempre houve bom senso por parte da empresa de informar as chefias e de estas definirem, em cada serviço, quantos trabalhadores se podem ausentar”, explicou Cristina Carrilho.
Para a CT, esta posição da empresa, juntamente com a decisão de deixar de permitir que um elemento da CT esteja a tempo inteiro naquelas funções, constitui “uma tentativa de limitar a ação das ORT”, com o objetivo de passar a imagem de “uma paz laboral e social na empresa”.
“Se o objetivo da Christine Ourmières-Widener [presidente executiva] é de implementar o plano de reestruturação e chegar a bom porto para receber os dois ou três milhões que foram prometidos se cumprisse os tais objetivos e vender a empresa, que também deve ser um dos objetivos que estão no contrato dela, embora eu desconheça, com certeza que uma empresa que não tem paz social não é tão apetecível como uma empresa que tem uma paz social, nem que seja forçada”, apontou a coordenadora da CT.
Questionada sobre a falta de adesão à iniciativa, Cristina Carrilho justificou-a com o facto de acontecer em horário pós-laboral.
“Neste momento, os trabalhadores já estão tão fartos das políticas tomadas por esta Comissão Executiva que eu acho que eles já não se importam, já não querem saber”, apontou.