As duas companhias aéreas do Grupo SATA, com sede na Região Autónoma dos Açores, registaram no primeiro semestre deste ano um prejuízo de 27,9 milhões de euros, anunciou nesta segunda-feira, dia 30 de setembro, o presidente do grupo, António Teixeira.
A apresentação de resultados teve lugar na cidade de Ponta Delgada, ilha de São Miguel, onde o grupo português de aviação comercial tem a sua sede e a sua base operacional. Os prejuízos estão repartidos entre as duas companhias da seguinte forma: SATA Internacional/Azores Airlines – 25,4 milhões; SATA Air Açores – 2,5 milhões de euros.
“Os resultados obtidos ficaram aquém do esperado”, reconheceu o gestor, atribuindo esse desempenho a “fatores externos e circunstanciais” e também uma “consequência da fase de estabilização operacional” em que se encontra o grupo. No conjunto, os resultados obtidos apresentam um desvio negativo na ordem dos 40%, em relação ao que era previsto, admitem os responsáveis pela gestão do grupo aéreo, que enunciaram alguns factores que contribuíram para os prejuízos
No caso da Azores Airlines, focaram a entrega tardia do novo Airbus A321neo LR que, apesar da compensação atribuída à transportadora, levou à necessidade de contratação de aluguer de aeronaves a terceiros (ACMI) por mais tempo do que o estimado; a imobilização prolongada (por motivos de manutenção de base) de uma aeronave Airbus A320, o que levou à necessidade de novo reforço adicional da frota da transportadora. Estas ocorrências, em simultâneo, a par da necessidade de efetuar manutenções não planeadas, foram responsáveis pelo desvio de seis milhões de euros. Por inerência da necessidade adicional da contratação de aviões em ACMI agravaram-se os custos estimados para o combustível, em 2,5 milhões de euros, nesse mesmo período.
Contudo, “a introdução das unidades Airbus A321neo, permitiu registar uma poupança de 1,6 milhões de euros na parcela do combustível, quando comparado com a utilização da frota A310 e A330, o que deixa antever melhorias futuras, relativas à parcela do combustível”, diz a SATA no comunicado resumo sobre os resultados distribuído aos jornalistas.
Apesar das receitas da prestação de serviços terem melhorado 11,7% face ao mesmo período de 2018, representando um total de 64,7 milhões de euros (mais 5,2 milhões de euros do que em 2018) este aumento não foi acompanhado pela redução de custos que se estimaram, embora tenham sido suficientes para colmatar o acréscimo de gastos operacionais em mais 3,4 milhões de euros, face ao ano anterior. Contudo, a evolução das vendas permitem perceber o seu potencial de crescimento e assinalar o desempenho comercial positivo.
No que respeita à operação aérea em termos de lugares oferecidos, a operação foi similar a 2018, com cerca de 509 mil lugares oferecidos, tendo-se registado melhoria de 6,7% na taxa de ocupação (quase mais 10% do que os lugares utilizados em 2018).
O Grupo SATA tinha previsto para a SATA Internacional – Azores Airlines, um resultado operacional para o 1º semestre de 20,4 milhões de euros negativos. “Embora tenha sido melhorado o resultado operacional do 1º semestre de 2019 em 1,8 milhões de euros face a 2018, o mesmo não aconteceu face ao resultado operacional estimado que acabou por agravar-se em cinco milhões de euros tendo-se saldado nos 25,4 milhões de euros negativos, para o primeiro semestre do ano 2019”, diz o comunicado da empresa.
- Em artigo seguinte abordaremos a situação SATA Air Açores