Um consórcio formado pela companhia aérea angolana TAAG – Linhas Aéreas de Angola e Emirates, esta com base no Dubai, está interessado em assumir a gestão da TACV- Transportes Aéreos de Cabo Verde, que se encontra em processo de privatização.
A notícia foi divulgada no final do mês passado pela Televisão de Cabo Verde (RTC) que adiantou que o primeiro-ministro não confirmou a notícia, mas respondeu que, a haver essa proposta, ela será analisada pela comissão que está nomeada para tratar da privatização da TACV, um processo que já deu os primeiros passos com a separação do negócio do ‘handling’ da responsabilidade da companhia nacional.
A notícia não tem sido comentada em Cabo Verde, e segundo fontes angolanas, o consórcio está constituído e o dossiê entregue às autoridades cabo-verdianas.
O consórcio constituído por angolanos e árabes tem em vista transformar a TACV numa companhia global que possa responder com maior dimensão e prontidão no mercado da África Ocidental, onde existem grandes perspectivas de negócio.
Não é a primeira vez que empresários angolanos manifestam interesse na aquisição da TACV. O facto da Emirates se juntar é natural se tivermos em conta a parceria assinada com os angolanos e que deverá ser potenciada logo após a abertura do novo Aeroporto Internacional de Luanda, no próximo ano. Além do mais Cabo Verde e a área de influência do arquipélago estão numa zona ainda pouco coberta pela companhia dos Emirados Árabes Unidos, cuja expansão, nos últimos anos, tem sido notável.
A TAAG, por seu lado, está numa boa fase, reestruturada e com nova organização operacional. Tem uma das mais modernas frotas de África e a companhia foi alvo de uma recente recapitalização de mais de dois milhões de dólares.
A TACV, infelizmente, está numa conjuntura muito má, com uma dívida enorme, com faltas constantes de frota – só tem dois aviões para o médio e longo curso – recorrendo frequentemente ao fretamento de aparelhos de outras companhias, e com grandes questões estruturais para resolver.
A privatização da companhia aérea cabo-verdiana , na verdade, a melhor solução para a empresa num País em que também não abundam as verbas. É necessário limpar o passivo da empresa e reestruturá-la de acordo com os padrões internacionais e da concorrência, para poder sobreviver.
Segundo a RTC uma comissão constituída pelo Governo da República de Cabo Verde deverá pronunciar-se em breve quanto à privatização da TACV e sobre as empresas ou grupos internacionais que manifestaram interesse na aquisição ou gestão da companhia aérea de bandeira do país insular africano.
- Foto: Fabrizio Gandolfo