A Academia Aeronáutica de Portugal, uma nova estrutura de formação para técnicos e mão-de-obra qualificada para o sector da aviação no País, deverá iniciar as suas atividades no primeiro semestre de 2022, com uma capacidade instalada para 100 anos.
O protocolo de lançamento foi assinado nesta sexta-feira, dia 19 de novembro, nas instalações da OGMA, em Alverca do Ribatejo, numa cerimónia em que estiveram presentes o primeiro-ministro português, António Costa, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, e o presidente executivo da Embraer, empresa que detém a maioria de capital da OGMA
Este acordo envolve a OGMA, a idD Portugal Defence, o Consórcio de Escolas de Engenharia e a AED Cluster. A Academia Aeronáutica pretende, num primeiro momento, responder às necessidades de mão-de-obra qualificada da OGMA, que tem de dar resposta a novas oportunidades de negócio, como é o caso do contrato celebrado com a Pratt & Whitney, em 2020, e agora reforçado com um novo motor (LINK notícia relacionada).
Neste contexto, a OGMA passa a ser reconhecida como Centro de Manutenção Autorizado (CMA) para motores de nova geração (GTF), no âmbito do qual a empresa terá de contratar mais de 300 novos colaboradores nos próximos cinco anos.
A Academia constitui, por isso, uma aposta estratégica da OGMA para assegurar os recursos e know-how necessários ao crescimento sustentável da empresa.
Por outro lado, a Academia Aeronáutica pretende reforçar e consolidar conhecimentos e competências técnico-científicas dos profissionais do cluster aeronáutico e de defesa, abrindo a Academia Aeronáutica ao exterior, alavancando a sua atividade.
A aposta na integração, qualificação e formação de novos recursos visa ultrapassar uma lacuna do setor, caracterizado pela falta de conhecimento especializado em larga escala e que impede a sua efetiva consolidação e crescimento.
Formação de 50 colaboradores da OGMA e mais 50 alunos exteriores por ano
A requalificação desta Academia está prevista para o primeiro semestre de 2022, funcionando nas instalações da OGMA, que investirá cerca de um milhão de euros no projeto. Irá treinar 50 colaboradores da OGMA por ano, com formação teórica e prática, e 50 alunos adicionais, no âmbito da certificação da ‘part 147 EASA’, certificação específica da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA), e ainda proporcionará formação altamente qualificada nos diferentes ramos de engenharia.
Alexandre Solis, presidente executivo da OGMA, considera a Academia “um projeto estratégico para a OGMA e para Portugal. Vamos formar técnicos qualificados e de excelência para satisfazer, quer as necessidades da empresa, quer para projetar o setor a nível internacional. Trata-se de uma parceria essencial para o futuro da aeronáutica portuguesa e um excelente exemplo de colaboração entre a OGMA e a idD Portugal Defence”.
Para o presidente do Conselho de Administração da idD Portugal Defence, Marco Capitão Ferreira, “hoje a Academia Aeronáutica e no mês passado a Academia do Arsenal do Alfeite, integram-se na estratégia que tem vindo a ser implementada pela idD – Portugal Defence, de contribuir para uma Economia de Defesa mais competitiva. Este é um setor com alta intensidade tecnológica, e de produtividade e qualificação acima da média da restante economia, com oportunidade de aplicação tanto no domínio militar como no civil.”