A construtora de aviões ‘De Havilland Aircraft of Canada’, que retomou o programa ‘Dash 8’, até há poucas semanas nas mãos do conglomerado industrial canadiano Bombardier, confirmou nesta terça-feira, dia 18 de junho, que assumiu a responsabilidade de fornecimento dos aviões que tinham sido contratados para a TAAG Linhas Aéreas de Angola, que era público, desde julho de 2018.
A TAAG tinha confirmado no ano passado a encomenda de seis aviões novos à Bombardier, que já tinham sido inicialmente negociados por um consórcio angolano, então denominado ‘Air Connection Express – Transportes Aéreos S. A.’ constituído à revelia do novo Presidente da República, João Lourenço, e que agrupava a TAAG e a ENANA, empresa pública que opera os aeroportos e controla o tráfego aéreo civil em Angola, e outras pequenas companhias aéreas, propriedade de destacados empresários e oficiais ligados ao regime de José Eduardo dos Santos, que governou Angola durante as últimas décadas.
O negócio foi desmascarado pelo próprio Chefe de Estado, que colocou ordem nas hostes e decidiu que a encomenda continuaria, mas em nome da TAAG, empresa nacional de transporte aéreo que necessitava desses aviões para desenvolver as rotas internas e domésticas no País. Pouco se sabe, oficialmente, das razões que provocaram a zanga de João Lourenço, mas o certo é que o grande promotor desse negócio, o antigo ministro dos Transportes, Augusto Tomás, foi preso meses depois e está presentemente a ser julgado em Luanda por diversas irregularidades cometidas no âmbito das suas anteriores funções, todas elas relacionadas com desvio e apropriação indevida de verbas. João Lourenço denunciou o processo viciado de constituição da nova empresa aérea, numa entrevista ao canal de notícias ‘Euronews’, durante uma visita à Europa.
Agora está claro que os seis aviões novos, redenominados na semana passada ‘Dash 8-400’, serão recebidos em breve pela TAAG, não se sabendo se acontecerá dentro da data prevista, que chegou a estar apontada para o final do corrente ano.
De Havilland Aircraft of Canada’ procura interessar mais companhias africanas
Presente no ‘Paris Air Show’, a ‘De Havilland Aircraft of Canada’ diz que há mais negócios em curso com companhias de países africanos, que poderão ser anunciadas durante esta semana.
A antiga ‘De Havilland’ tinha se fundido há algumas décadas com a Bombardier quando o conglomerado industrial, então mais conhecido pela produção de locomotivas e carruagens ferroviárias e equipamentos industriais de grande dimensão, abriu uma linha de montagem para aviões de transporte de passageiros.
No ano passado, depois do sucesso dos novos ‘Bombardier CSeries’, a Airbus interessou-se por esse segmento de produção da fábrica canadiana, dando origem à nova gama A220. Entretanto a produção de aviões turboélices foi adquirida pelo fundo de capitais Longview Aviation Capital, que criou a nova ‘De Havilland Aircraft of Canada’, recuperando a designação De Havilland, que assumiu toda a estrutura fabril da Bombardier nesse segmento e os seus trabalhadores. A Longview Aviation Capital é ainda dona da Viking Air e do programa Twin Otter, e da antiga Canadair que fabrica aviões cisternas preparados para ataque e combate a fogos florestais: CL-215, CL-215T e CL-415.
Com a Bombardier ficaram ainda os programas de aviões comerciais a jato CRJ até 100 passageiros e autonomia até 1.550 milhas náuticas (700, 900 e 1000) e os jatos executivos, sector no qual a fábrica canadiana detém uma assinalável fatia de mercado. Para já o conglomerado canadiana mantém o seu negócio na parte de Aviação (Bombardier Aerospace)
