A eurodeputada portuguesa Liliana Rodrigues, natural da Madeira, questionou a comissária europeia Margrethe Vestager, responsável pela Concorrência, sobre a veracidade das declarações do presidente da ANA, empresa responsável pela gestão dos aeroportos nacionais, proferidas numa entrevista a um jornal nacional de nas quais acusou a EasyJet e a TAP de “cartelizarem a oferta da Madeira” e que tal se constitui como um obstáculo à entrada de novas operadoras
Liliana Rodrigues solicitou à Comissão Europeia que interceda junto da Autoridade da Concorrência, da Autoridade Nacional de Aviação Civil ou de outras autoridades competentes ara apurar a veracidade do assunto.
Segundo uma nota de imprensa distribuída pelo gabinete de apoio da deputada socialista “o sector da aviação é essencial à mobilidade dos madeirenses e que todos sabemos perfeitamente o quão dispendioso nos sai a insularidade, daí que seja essencial assegurar a transparência ao nível dos operadores e denunciar eventuais práticas que estejam a impedir a entrada no mercado de outras companhias interessadas”.
A deputada portuguesa recorda que em Dezembro de 2015, por ocasião da publicação da comunicação sobre uma “Estratégia de Aviação para a Europa”, a Comissária dos Transportes, Violeta Bulc, afirmou então que “os cidadãos europeus iriam beneficiar de uma maior escolha de preços e de níveis mais elevados de segurança e proteção”, algo que Liliana Rodrigues diz “está posto em causa”.
A questão colocada à Comissão Europeia pela eurodeputada Liliana Rodrigues foi a seguinte: “Tendo em atenção as declarações de Jorge Ponce de Leão, Presidente da ANA – Aeroportos de Portugal, que diligências tenciona a Comissão Europeia tomar no sentido de averiguar o conteúdo das referidas declarações, salvaguardar a transparência do processo concorrencial na Região Autónoma da Madeira e assegurar tarifários justos e a preços acessíveis?”
Eurodeputada tem procurado levar a Ryanair para a ilha da Madeira
No passado dia 1 de março de 2016 a eurodeputada socialista, natural da ilha da Madeira, promoveu no Parlamento Europeu, em Bruxelas, uma conferência com diversas entidades relacionadas com o transporte aéreo em Portugal (que incluiu representantes de diversas entidades, nomeadamente da ANA, Turismo de Portugal, presidente da Câmara Municipal do Funchal, empresários madeirenses e Associação de Promoção da Madeira), para a qual foi convidado o diretor comercial da Ryanair, David O’Brien, que manifestou disponibilidade da companhia de baixo custo irlandesa em abrir rotas para a Madeira se chegassem a bom termo as conversações com a ANA e o Turismo de Portugal. Nunca se soube, ao certo, o que pretende a Ryanair, nem tão pouco que dependências existem que não permitam o início das operações.
A Ryanair tem presentemente bases operacionais em Portugal, servindo os três principais aeroportos continentais(Lisboa, Porto e Faro) e o de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, na Região Autónoma dos Açores. Nunca chegou a acordo com as autoridades responsáveis pelos incentivos de novas rotas aéreas ou do turismo, para a abertura de voos para a Madeira. A eventual chegada da Ryanair à ilha da Madeira é vista como uma possibilidade de abrir o leque de opções de transporte aéreo para a ilha portuguesa, eleita neste ano, pela segunda vez, como a ilha mais procurada para férias no mundo (‘World Travel Awards’) e de permitir uma baixa do preço dos outros operadores que atuam sozinhos no mercado doméstico – a TAP Portugal e a EasyJet.