Delta deixa de voar para São Miguel – “Perda gigantesca” para os Açores

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A Delta Air Lines confirmou nesta terça-feira, dia 22 de outubro, que vai deixar de voar entre Nova Iorque/JFK e a cidade de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, Região Autónoma dos Açores, anunciou a secretária regional do Turismo.

A governante encarregue do pelouro do turismo nas ilhas açorianas garante que tudo fez no sentido da decisão da companhia aérea norte-americana não ser esta.

“Confirma-se, a Delta deu nota formal ontem [terça-feira] da descontinuação da operação no próximo Verão entre Ponta Delgada e Nova Iorque, numa operação de Maio a Setembro. Apesar de taxas de ocupação acima dos 80%, a Delta alega que a rentabilidade da operação se encontra abaixo [do esperado], não colocando de parte” uma eventual reanálise no futuro, disse Marta Guerreiro, em declarações aos jornalistas na Praia da Vitória, na ilha Terceira, à margem de uma visita de trabalho do executivo açoriano.

As reações não tardaram, nomeadamente entre os empresários com ligações à atividade turístico-hoteleira. A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) classificou de “perda gigantesca para as aspirações” do turismo dos Açores” o cancelamento dos voos para Ponta Delgada da norte-americana Delta Air Lines, comentando que a política de promoção “falhou”.

A instituição representativa de empresários das ilhas de São Miguel e Santa Maria, em nota de imprensa, assinala que com o fim dos voos o turismo dos Açores “retrocede significativamente, ao perder esta oportunidade, na sua caminhada no sentido da requalificação para um patamar mais elevado de valor acrescentado para o setor”.

A CCIPD refere que a operação da transportadora, com voos diários durante 16 semanas, representava cerca de 1.400 passageiros por semana e um total de cerca de 22.400 turistas ou cerca de 90.000 dormidas.

“Se considerarmos uma estada média de quatro dias, sendo uma operação de época alta, estima-se uma despesa média total de cerca de 250 euros por dia, perdem-se receitas diretas da ordem dos 22 milhões de euros por ano. Em cinco anos perdem-se 120 milhões de euros. Mesmo que se considere uma taxa de ocupação de apenas 80%, as perdas a cinco anos são da ordem dos 100 milhões de euros”, refere aquele organismo.

A CCIPD realçou ainda que as consequências económicas “são muito expressivas para a economia dos Açores, em geral, e para São Miguel, em particular”, uma vez que o mercado norte-americano estava a afirmar-se de “forma cada vez mais marcante com o voo de Nova Iorque”.

De acordo com instituição, a ligação “representava também uma enorme janela de oportunidade, que agora se fecha, para um dos mercados mais ricos do mundo, pelas mãos de uma das companhias mais importantes da América do Norte”.

Os empresários entendem que, perante uma perda tão grande, se impõe “não só uma reflexão sobre a estratégia como também a adoção de novas práticas na tarefa de, para o futuro, evidenciar uma ação mais consistente, mais profissional, mais previsível e mais eficaz”.

“Manter a promoção numa situação de contínua precariedade e incerteza produz resultados maus, com impactos muito negativos na nossa economia e em particular no turismo. Ficamos mais pobres”, argumenta a CCIPD.

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