A privatização da TAP e a decisão sobre o novo aeroporto de Lisboa, prometidas para o próximo ano, são dois dos grandes dossiês do Governo português que ficam em risco de atraso, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, destaca nesta terça-feira, dia 7 de novembro, a agência portuguesa de notícias ‘Lusa’.
O Governo português deu o primeiro passo para a privatização da TAP com a aprovação de um decreto-lei que enquadra as condições da venda e prometeu a conclusão do processo no primeiro semestre do próximo ano, mas este é um dossiê que pode ficar em risco com a demissão de António Costa.
Já no que diz respeito à solução aeroportuária para a região de Lisboa, a Comissão Técnica Independente (CTI) incumbida de analisar as várias propostas entrou na reta final dos seus trabalhos, que culminam com um relatório final que será a base da decisão do Governo.
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, tinha prometido uma decisão rápida, após a análise do relatório final da CTI, mas, perante a incerteza política, este é também um processo que poderá ficar comprometido.
Da mesma forma, também os trabalhos de modernização da ferrovia, já com atrasos, poderão ser afetados.
Estas pastas estão sob a alçada do ministro das Infraestruturas, João Galamba, que foi nesta terça-feira, dia 7 de novembro, constituído arguido pelo Ministério Público (MP) no inquérito relacionado com os negócios do lítio e hidrogénio verde em Portugal.
O primeiro-ministro, António Costa, pediu, também nesta terça-feira, a sua demissão ao Presidente da República, que a aceitou, após o Ministério Público revelar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
Numa declaração no Palácio de São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, António Costa recusou a prática “de qualquer ato ilícito ou censurável” e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça “em tudo o que entenda necessário”.