Angola é o terceiro país do mundo onde mais receitas das companhias aéreas se encontram retidas por incapacidade de obtenção de divisas para proceder à sua repatriação, informou a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
Em primeiro lugar está a Venezuela, com 3.780 milhões de dólares norte-americanos retidos, que corresponde a 82% do montante total de dívida de 4.600 milhões de dólares a favor das companhias IATA. Segue-se o Bangladesh com 147 milhões de dólares e Angola com 137 milhões de dólares.
NA listagem dos cinco primeiros lugares surgem ainda o Sudão, com 134 milhões de dólares, e o Zimbabué com 132 milhões de dólares.
Em causa estão as receitas com origem na venda de passagens aéreas que as companhias aéreas não conseguem depois repatriar, no caso de Angola devido à crise económica, financeira e cambial que o país atravessa desde finais de 2014.
A situação levou Angola a acumular uma dívida em fundos bloqueados – depositados em moeda angolana nos bancos nacionais e que aguardam autorização para repatriação – até um ‘pico’ de mais de 500 milhões de dólares, conforme reconheceu a IATA.
Presentemente muitas companhias aéreas que continuam a voar para Angola vendas as passagens apenas em moeda forte – dólares ou euros – para evitar problemas de transferência das receitas. As vendas através dos sistemas de Internet são também uma saída para as companhias aéreas que assim, recebem os pagamentos através dos sistemas de compensação dos cartões de crédito.
No caso particular da TAP Air Portugal, a companhia tem optado por comprar títulos de dívida angolana, o que, de certo modo, evita a desvalorização das receitas que ainda não puderam ser transferidas para Portugal.
- Foto © Tony Mangueira Fernandes