Os drones civis estão a tornar-se uma “real e crescente” ameaça para a segurança da aviação comercial, advertiu a Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA), instando à definição de regulamentação antes que ocorram acidentes, destaca um comunicado distribuído nesta segunda-feira, dia 15 de fevereiro, pela organização.
O diretor-geral da IATA, Tony Tyler, afirmou que a ameaça que os aviões não tripulados representam está ainda a evoluir, por as pessoas terem ainda só começado a descobrir o potencial da tecnologia.
“Eu estou tão animado como vocês estão relativamente à ideia de ter uma pizza entregue por um ‘drone’”, disse Tony Tyler, durante uma conferência sobre aviação em Singapura, chamando a atenção, por outro lado, para o reverso da moeda.
“Não podemos permitir que sejam um obstáculo ou uma ameaça à segurança da aviação comercial”, sustentou, defendendo uma “abordagem avisada” relativamente à regulação e um “método pragmático” de aplicação da mesma para quem “não observar as regras e os regulamentos e colocar os outros em perigo”, frisou.
À medida que a utilização dos ‘drones’ se expande da esfera militar para a comercial até a fins puramente recreativos, os especialistas temem que os aparelhos – caso não sejam regulados – possam um dia colidir com uma aeronave comercial.
“A questão é real. Temos uma série de relatórios de pilotos relativamente a ‘drones’ que não estavam à espera de [os] encontrar, particularmente a baixas altitudes em torno dos aeroportos. (…) Não há como negar que existe uma ameaça real e crescente à segurança da aviação comercial”, causada pelos ‘drones’, afirmou Tyler.
Rob Eagles, um especialista em ‘drones’ da IATA, afirmou que o grupo não dispõe de números relativamente aos aviões não tripulados que existem em todo o mundo. Mas revelou que quando a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos ordenou o registo de ‘drones’ com um peso de até 25 quilogramas, no ano passado, foram contabilizados 300 mil só no primeiro mês (em dezembro), disse o mesmo responsável.
“Sendo os ‘drones’ com esse peso considerados pequenos, dá para ter uma ideia do número”, disse Rob Eagles à agência AFP na conferência, antecipando um aumento no alcance e do tamanho dos mesmos.
A principal preocupação da IATA prende-se com os ‘drones’ que voam a baixas altitudes perto dos aeroportos, que podem representar uma ameaça para os aviões que estão a descolar ou a aterrar, realçou Eagles.
Os reguladores da aviação também pretendem garantir que o espectro de rádio usado para controlar os ‘drones’ não interfere com os sistemas de controlo do tráfego aéreo, explicou.