A Agência Europeia de Segurança na Aviação (EASA) está pronta para anunciar uma nota de proposta de emenda (NPA) que poderá afectar drasticamente a certificação de novos tipos de aeronaves para operações offshore. No cerne da proposta, anunciada ontem pelo regulador na Helitech Internacional, em Londres, no Reino Unido, é uma tentativa de melhoria da capacidade de sobrevivência em caso de amaragem ou de acidente no mar, com requisitos que incluem uma provisão de bolsa de ar na cabina se o aparelho capota, melhor flutuabilidade, melhor evacuação e balsas de sobrevivência operadas de forma remota. “De momento, as regras estão escritas no pressuposto que um helicóptero não capota, mas é um risco que não se pode eliminar num helicóptero que faz uma amaragem”, disse Peter Chittendem, especialista em segurança de cabine da EASA, no seminário sobre Regras de Gestão de Tráfego Aéreo de aeronaves de asa rotativa. Deste modo, a NPA, que pretende modificar a Certificação de Especificações para a part 27 (pequenos) e part 29 (grandes) aparelhos de asa rotativa, foca-se em assegurar que os que estão num aparelho capotado pode sobreviver de uma forma mais fácil e fazer a sua evacuação.
“Qualquer helicóptero vai capotar na generalidade das condições de mar – trata-se apenas de saber quanto vai ter de esperar por aquela má onda, aquela onda irregular que o fará capotar”, observou Chittendem. Os testes tradicionais são feitos com modelos à escala em tanques de ondas e com ondas muito regulares, mas será uma onda maior que fará o helicóptero capotar, pelo que as novas regras vão requerer testes em condições de ondas mais realistas. “Vai ser uma abordagem mais probabilística”, acrescentou. Ao focarem-se no aparelho capotado, o requisito para criar uma bolsa de ar demonstrou ser um dos maiores potenciais para salvar vidas no futuro. As saídas também terão de ser optimizadas para operações subaquáticas, com uma pega adjacente, uma pega de operação pintada de preto e amarelo para melhor visibilidade e luzes de emergência (para a tripulação de voo e para os passageiros).
O último foco será colocado nas balsas de emergência, com uma proposta para que sejam removíveis por via remota a partir de três áreas do aparelho: ambos os pilotos no cockpit; pelos passageiros a flutuar na cabina; e por alguém a nadar na água fora do helicóptero. Requisitos adicionais serão feitos em áreas como os transmissores de localização de emergência, linhas de retenção de balsas de emergência e pegas sob a fuselagem. A NPA deverá ser divulgada para comentário público no final do ano e tem sido moldada com inputs da indústria, incluindo três dos principais construtores de helicópteros, dois operadores offshore e diversos especialistas em sobrevivência e engenharia naval, assim como da Federal Aviation Administration (FAA).