A EasyJet solicitou nesta terça-feira, dia 6 de julho, a suspensão da implementação da ‘Taxa de Carbono’, que foi introduzida em Portugal no passado dia 1 de julho, e que cobra aos viajantes dois euros por pessoa e por viagem (LINK notícia relacionada).
“O imposto deve ser avaliado antes da sua implementação, pois não é clara a forma de como o governo pretende usar as receitas do mesmo para combater as mudanças climáticas”, diz a Easyjet em comunicado. Em última instância, esta medida será apenas um novo imposto cobrado sobre os passageiros que levará a um aumento nas passagens aéreas para os clientes. Recorde-se que a EasyJet, tal como a Ryanair, as duas maiores companhias aéreas de baixo custo que atuam em Portugal já se tinham manifestado contra a nova ‘Taxa de Carbono’ (LINK notícia relacionada), mal a nova legislação tinha sido aprovada em Portugal em novembro do ano passado.
A companhia europeia de baixo custo EasyJet refere que “estabeleceu uma posição pioneira ao tornar-se uma das companhias aéreas mais sustentáveis da Europa, a compensar 100% do carbono emitido nos seus voos, sempre a operar com eficiência e a impulsionar o uso de novas tecnologias inovadoras de emissão zero para o futuro”.
A companhia aérea apoia proativamente medidas para reduzir o impacto da aviação no meio ambiente, no entanto, este imposto não se revela eficaz porque, como é uma taxa fixa – em que todos pagam dois euros –, não pode refletir a pegada de carbono das diferentes companhias aéreas e viagens, portanto, não pode ser considerada ecológica, uma vez não está diretamente ligada às emissões de CO2.
Pelas questões apontadas a Easyjet pretende mais uma vez sensibilizar governantes e cidadãos portugueses para questões que considera relevantes neste sector. Por isso requer:
- Clareza sobre como esta medida vai apoiar o setor da aviação a ser mais sustentável e se as receitas serão investidas em I&D para novas tecnologias disruptivas de emissão zero.
- Os recursos que vão para o Fundo Ambiental para serem usados exclusivamente em projetos ambientais relacionados com a investigação e desenvolvimento de tecnologias como hidrogênio ou eletricidade ou em projetos de compensação de carbono Gold Standard.
- Carência de um ano para desenvolvimento e testes antes do início da implementação da Portaria 38/2021.
José Lopes, diretor-geral da companhia aérea para Portugal, sublinha: ”A EasyJet acredita que a indústria da aviação precisa de desempenhar o seu papel no combate às mudanças climáticas. No entanto, este imposto é incorreto, pois não traz nenhum benefício para o meio ambiente enquanto não estiver diretamente ligado às emissões e as suas receitas não forem reinvestidas em novas tecnologias de emissão zero. Não contribui para melhorar a sustentabilidade da indústria e, além disso, impede a recuperação da economia nacional que está dependente do turismo. Um imposto sobre passageiros não é a abordagem correta, pois não incentiva as companhias aéreas a tornarem-se mais sustentáveis.