O Grupo Emirates, dono da companhia aérea Emirates Airlines, sediado no Dubai, Emirados Árabes Unidos, anunciou nesta segunda-feira, dia 10 de julho, o “fim imediato” do contrato de concessão para gestão da companhia de bandeira angolana TAAG face “às dificuldades prolongadas que tem enfrentado no repatriamento das receitas” das vendas em Angola, e a redução de cinco para três ligações semanais entre o Dubai e Luanda.
A notícia “caiu como uma bomba” em Luanda, disseram ao ‘Newsavia’ fontes relacionadas com o sector aeronáutico na capital angolana, embora fossem conhecidas as grandes divergências existentes entre os administradores nomeados pela empresa árabe, e a tutela da companhia aérea nacional de Angola, totalmente constituída por capitais públicos e, por isso, com uma grande presença e pressão de pessoas e entidades relacionadas com a atividade governamental.
Prova de que a saída não se faz de maneira amigável, é que a comunicação da Emirates foi divulgada apenas pela ‘Lusa’, agência de notícias portuguesa, com total silêncio da ‘Angop’, agência de notícias estatal angolana que até ao princípio da tarde desta segunda-feira não publicou qualquer notícia sobre o caso.
Na declaração enviada à ‘Lusa’, em Luanda, a transportadora refere igualmente que está a “tomar medidas no sentido de reduzir a sua presença em Angola” e que a partir de agora reduz de cinco para três o número de frequências semanais para Luanda.
Angola vive desde 2014 uma crise financeira e económica decorrente da quebra nas receitas com a exportação de petróleo, também com efeitos cambiais, com várias operadoras aéreas a queixarem-se da dificuldade em repatriar dividendos das vendas em Angola, por falta de divisas.
“Esta questão tem-se mantido sem solução, apesar de inúmeros pedidos feitos às autoridades competentes e garantias de que medidas seriam tomadas”, refere a companhia árabe.
“Com efeito imediato, a Emirates põe fim à sua cooperação com a TAAG – Linhas Aéreas de Angola – ao abrigo de um contrato de concessão de gestão em curso desde setembro de 2014” (LINK notícia relacionada), acrescenta a empresa, com sede nos Emirados Árabes Unidos.
“Esperamos que a questão do repatriamento de fundos seja resolvida o mais cedo possível, de modo que as operações comerciais possam ser retomadas de acordo com a demanda”, refere ainda a companhia.
- Notícia atualizada às 14h30 UTC