O Governo Português justifica os aumentos salariais de dois gestores executivos do Grupo TAP – do presidente interino da Comissão Executiva, Ramiro Sequeira (nossa imagem de abertura), e da gestora Alexandra Vieira Reis – e confirma que Miguel Frasquilho, presidente do Conselho de Administração, abdicou do aumento salarial.
O ministro Pedro Nuno Santos respondeu através de comunicado à notícia que tinha sido divulgada na segunda-feira passada pelo jornal ‘ECO’ acerca dos aumentos salariais no grupo de gestores da empresa aérea. Uma notícia que teve grande repercussão na imprensa generalista portuguesa, como aliás, está a acontecer com todo o caudal noticioso acerca da TAP, em particular, e acerca de aviação comercial, em geral.
“A TAP não teve qualquer acréscimo de custos salariais com as funções desempenhadas pelos três administradores, bem pelo contrário“. É esta a primeira explicação do ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. Questionado pelo ‘ECO’, respondeu por via de um comunicado: “Comparando o mês de março com o mês de dezembro do atual ano, os encargos com o Conselho de Administração da TAP, na sua atual configuração, reduziram-se em 33% em valores brutos”.
O ‘ECO’ tinha noticiado que com a passagem a CEO interino da TAP, o salário de Ramiro Sequeira passou para 35 mil euros brutos por mês. O montante é quase o dobro do que o gestor ganhava no cargo anterior de chief operating officer (COO), mas fica abaixo da remuneração do antecessor Antonoaldo Neves. O aumento foi decidido em outubro pela Comissão de Vencimentos da TAP, onde o Estado não está representado, começando a ser pago agora.
Agora, Pedro Nuno Santos clarifica os números do presidente interino: “Ramiro Sequeira era até setembro passado chief operating officer (COO) da TAP e passou a presidente executivo interino (CEO). Passou, assim, a ocupar uma função com um evidente acréscimo de responsabilidades, e que implicou um aumento salarial. Também Alexandra Vieira Reis passou de chief procurement officer (CPO) da TAP, um cargo diretivo, para administradora executiva e, com isso, foi feita a atualização salarial correspondente à mudança de funções”.
Assim, justifica o ministro, o “o Governo gostaria ainda de clarificar que Ramiro Sequeira e Alexandra Vieira Reis estão a acumular as novas funções com as funções antigas e que o aumento salarial que tem sido noticiado contabiliza as duas funções que, transitoriamente, ocupam em simultâneo”.
Neste comunicado, em resposta às perguntas do ECO, o ministro das Infraestruturas garante que, “no futuro, quando o plano de restruturação estiver a ser aplicado, foi também já decidido que, enquanto que o corte salarial dos trabalhadores atingirá um máximo de 25% (e apenas nos salários mais elevados), no caso dos administradores ele será de 30%”.