O anterior Governo da República em Portugal fechou a venda de 61% da TAP ao consórcio privado formado pelos empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman, mas a mudança de cenário político poderá reduzir esta posição para 44% (ou seja, em quase um terço), noticiou o jornal “Público”.
O Partido Socialista (PS), no seu programa de Governo, aprovado na semana passada no Parlamento, diz que “não permitirá que o Estado perca a titularidade sobre a maioria do capital social da TAP”. Ou seja, não abdica de ficar com 51% da transportadora aérea. Os outros 49%, caso os socialistas consigam concretizar a sua promessa política, ficariam então fora da esfera do Estado. No entanto, qualquer privatização tem ser acompanhada por uma venda de parte do capital aos trabalhadores, pelo que essa fatia tem de ser deduzida à parte que caberia ao consórcio que venceu a corrida à TAP (ficando o Estado com 51%, o mínimo possível para controlar a empresa).
O que está em vigor no caso transportadora aérea portuguesa (e que tem sido a norma) é a disponibilização de 5% do capital para os seus funcionários. Logo, Pedrosa e Neeleman veriam a sua parte encolher dos actuais 61% para 44%. Haveria, depois, a possibilidade de subirem um pouco mais a participação, já que ficam com as acções que não forem compradas pelos trabalhadores. As últimas alienações de participações estatais têm sido marcadas por uma ausência de interesse dos funcionários, mas a TAP poderá mostrar-se diferente, seja pela participação mais activa dos sindicatos, seja porque trabalhadores como os pilotos sempre mostraram um forte interesse em entrarem no capital da empresa (e este tipo de operações tem direito a um desconto no preço de cada acção). Seja como for, o consórcio privado terá sempre de depender de terceiros para um eventual reforço.
Apesar de o negócio com Pedrosa e Neeleman já ter sido concluído, o processo de venda dos 5% aos trabalhadores da TAP ainda não avançou, nem tem havido contactos com os sindicatos nesse sentido. A Parpública, holding estatal que detém o capital público da empresa, refere que “o processo de venda do capital da TAP reservado a trabalhadores encontra-se em análise pela tutela”. Da mesma forma, o Ministério das Finanças refere apenas que o processo “está em análise”. Questionado sobre se o Governo já encetou contactos com Pedrosa e Neeleman, o novo Ministério do Planeamento e Infra-estruturas, liderado por Pedro Marques, que está com o dossier da TAP, não fez qualquer comentário. O mesmo aconteceu por parte do consórcio que reúne os dois novos donos da empresa.
Tenho visto a TAP com uma forte dinâmica nos últimos dias, coisa que nenhum governo atualmente conseguirá fazer pela empesa… A TAP precisa de renovar a frota para esta ser mais eficiente e moderna (caso particular da Portugália…), aguentar a forte concorrência e manter postos de trabalho. Se as grandes companhias da Europa têm sido privatizadas, porque a TAP não pode? Os atuais proprietários podem, por ligações ás empresas que detêm, transformar Lisboa num Hub maior para conectar a Europa ás Américas e África. Pena tenho eu de não entrar num projeto destes e ajudar a TAP a crescer, uma empresa que nos diz tanto.