EUA decidem reavaliar valências da Base Aérea das Lajes (Açores)

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A Câmara dos Representantes dos EUA quer que a Secretaria de Defesa produza até ao dia 1 de março de 2016 um relatório sobre as valências da Base das Lajes, incluindo sobre a sua capacidade de receber um centro de informações, revela um despacho da agência noticiosa portuguesa Lusa, datado desta sexta-feira, dia 2 de Outubro.

A exigência faz parte do Orçamento das Forças Armadas dos EUA, que foi aprovado na terça-feira, dia 29 de setembro.

“Nenhum montante deve ser utilizado na construção do Centro de Análise Conjunta de Informações, na Base Aérea de Croughton, no Reino Unido, conforme secção 2301 (b), até a Secretaria de Defesa certificar os comités de defesa da Câmara que determinou, com base numa análise dos requisitos operacionais, que esta localização permanece a localização ótima”, lê-se no orçamento.

O documento diz ainda que o relatório deve incluir uma explicação para os fundamentos da decisão, bem como uma avaliação das capacidades das Lajes para acolher treinos de pilotos de caça e a presença rotativa de forças navais.

A Câmara dos Representantes está a investigar a manipulação de estudos que justificam a construção deste centro de informações em Inglaterra.

Em junho, a Lusa noticiou uma série de iniciativas legislativas da Câmara dos Representantes que suspendem a construção deste complexo no Reino Unido até ser provado que a Base das Lajes não pode cumprir essa função.

O novo complexo está planeado para a base de Croughton, em Inglaterra, e ao reunir várias agências e organismos dos serviços de informação será o maior deste género fora do território norte-americano.

A sua construção está orçamentada em 317 milhões de dólares (cerca de 281 milhões de euros).

Num documento consultado pela Lusa, o congressista Jason Chaffetz, presidente do Comité de Reforma de Governo e Regulação, pediu antes do verão ao secretário de Defesa, Ashton Carter, acesso a “todas as comunicações e documentos internos” relativos à decisão de construir o novo centro e de reduzir a presença nas Lajes.

Chaffetz diz que fontes no Pentágono lhe garantem que as estimativas de custo do novo centro têm base em informação distorcida e incompleta que fazem a opção de nova construção parecer mais barata e a reutilização das Lajes parecer mais cara.

 

Congressista admite “manipulação da informação” que poderá afastar os EUA das Lajes

“Estamos preocupados com o facto de o plano do Departamento [de Defesa] de enviar estas atividades dos Serviços de Informação para RAF Croughton ter sido concebido de forma imprópria e não considerar a existência de outras instalações, incluindo as que existem na Base das Lajes”, diz Chaffetz na carta.

O congressista diz ainda que a manipulação da informação “é altamente suspeita”.

A linguagem relativa às Lajes incluída na lei orçamental da Defesa, Militar e da Construção Militar e no orçamento dos Serviços de Informação foi apresentado pelo congressista luso-descendente Devin Nunes.

“A Câmara dos Representantes já disse de forma clara que a base das Lajes deve ser reaproveitada. É alarmante que o Departamento de Defesa queira levar os contribuintes numa viagem louca, gastando centenas de milhões de dólares a construir em outros locais infraestruturas que já existem nas Lajes”, disse na altura Devin Nunes, que preside ao comité dos serviços de informação da Câmara dos Representantes, à agência Lusa.

O Pentágono disse recentemente que, a longo prazo, instalar o centro nas Lajes custaria mais mil milhões de dólares mais do que em Inglaterra.

Nunes diz que essa estimativa é “risível” e reafirma que a opção açoriana permite a poupança de centenas de milhões de dólares.

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