A companhia aérea portuguesa EuroAtlantic Airways (EAA) anunciou hoje, dia 30 de Outubro, que irá assinar amanhã, sexta-feira, em Lisboa, um acordo com o Governo da Guiné-Bissau, que visa o retomar das ligações aéreas entre os aeroportos de Bissau e de Lisboa, suspensas desde Dezembro do ano passado.
O comunicado distribuído nesta tarde à imprensa refere que o presidente do Conselho de Administração/CEO da EAA, Tomaz Metello, será o anfitrião da comitiva governamental da Guiné-Bissau, em que se integra o secretário de Estado dos Transportes, João Bernardo Vieira, entidade que tem conduzido as negociações entre o Governo de Bissau e a maior companhia aérea privada portuguesa.
A Euro Atlantic, recorde-se, detém uma participação (37 por cento) na STP Airways, companhia nacional da República Democrática de São Tomé e Príncipe, que juntamente com a TAP assegura as ligações desta república equatorial com a Europa.
Após a assinatura do acordo, marcado para o Hotel Pestana Palace, haverá uma conferência de imprensa na qual serão revelados pormenores da operação e outros detalhes da parceria que será assinada entre a Euro Atlantic Airways e a República da Guiné-Bissau.
A TAP interrompeu os voos de Lisboa para a Guiné-Bissau, em Dezembro de 2013, por falhas graves de segurança ocorridas no Aeroporto Internacional da antiga colónia portuguesa, onde elementos afectos ao governo nacional impuseram o embarque de um grupo de refugiados sírios com passaportes falsos. Era a única companhia aérea europeia que voava regularmente para a Guiné-Bissau.
Depois da eleição de um novo Presidente da República e de um novo Governo, no decorrer deste ano, na Guiné-Bissau, o Governo Português e a TAP, concordaram que estavam reunidas as condições para o recomeço dos voos, tendo sido marcada a data de 28 de Outubro para o primeiro dos três voos semanais que passariam a ser feitos entre Lisboa e Bissau.
Contudo, em 15 de Outubro passado, a TAP decidiu adiar o recomeço dos voos “por um período não inferior a 45 dias”. As reservas existentes foram resolvidas pela companhia com devolução das quantias pagas ou com a transferência das viagens para voos de outras empresas aéreas com ligações em África, estando neste momento suspensas quaisquer reservas, assim como a retoma do voo se encontra sem data marcada. Este adiamento não foi justificado. Apanhou o mercado de surpresa, nomeadamente os agentes de viagens, mas chegou a haver um consenso generalizado de que tinha resultado do receio sobre o surto da epidemia resultante do vírus do Ebola, que afecta alguns países do Golfo da Guiné.
O acordo aéreo existente entre os dois países foi renegociado recentemente em Lisboa, sem que tenham havido alterações de fundo.
O INAC e a TAP contactados hoje pelo ‘NewsAvia’ não teceram quaisquer comentários face à nova situação, por desconhecerem o que se está a passar, e também por não saberem quais as intenções do Governo da Guiné-Bissau.