Ex-gestores da LAM detidos por suspeitas de envolvimento em esquema de corrupção

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Dois antigos gestores da companhia africana LAM – Linhas Aéreas de Moçambique detidos em Maputo na semana passada podem ter desviado da empresa mais de 50 milhões de meticais (cerca de 748 mil euros/830 mil dólares norte-americanos), noticia a imprensa moçambicana. O esquema terá envolvido pagamentos indevidos a uma empresa de produção audiovisual.

António Pinto, antigo presidente do Conselho Executivo da LAM e Hélder Fumo, antigo diretor financeiro da companhia, foram detidos na segunda-feira, dia 21 de outubro, num caso sobre alegada gestão danosa que envolve pagamentos indevidos.

Na acusação do Gabinete Central de Combate à Corrupção, acolhida pela sétima secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, consta igualmente Sheila Temporário, gestora da revista de bordo ‘Índico’, detida na quarta-feira seguinte, dia 23 de outubro.

Pelo que o jornal moçambicano de âmbito nacional ‘O País’ apurou, durante os cerca de dois anos e meio em que António Pinto e Hélder Fumo administraram a LAM, os dois gestores terão cometido a sobrefacturação na aquisição de bens e serviços, na companhia aérea de bandeira, até serem demitidos em Julho de 2018.

Os dois arguidos, terão sido responsáveis pela situação de falência técnica que a empresa se encontrava desde 2015. O aluguer de aeronaves na África do Sul, a um preço acima dos que são praticados no mercado africano, por exemplo, era um dos esquemas dos gestores.

Esta imagem reproduz a manchete do jornal ‘O País Económico’ do passado fim-de-semana, que volta a dar grande relevo ao esquema de corrupção que envolve os ex-administradores da LAM – Linhas Aéreas de Moçambique.

Sheila Temporário entra no processo, por ser a representante de uma agência de Marketing e Comunicação denominada ‘Executive Moçambique’, responsável pela publicação da revista ‘Índico’.

A agência ‘Executive Moçambique’ firmou um contrato de Marketing e Comunicação com custos mensais de aproximadamente 50 mil dólares norte-americanos às Linhas Aéreas de Moçambique, com a simples responsabilidade de apenas editar e publicar a revista que a cada dois meses era distribuída nos voos da LAM.

Por verificar que há um ilícito criminal, no caso que envolve os três arguidos, a sétima secção do tribunal Judicial da Cidade de Maputo acolheu a acusação, que culminou com a ordem de detenção.

De referir que as Linhas Aéreas de Moçambique estão a enfrentar uma crise financeira, que já dura há mais de três anos. Presentemente está a ser reestruturada e anunciou no início do mês que irá reabrir em março do próximo ano os voos entre Maputo e Lisboa, em parceria coma companhia portuguesa Hi Fly, especializada em fretamentos de aeronaves em ACMI e wet lease.

 

 

 

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