Um jato executivo Bombardier Challenger 300 da ExecuJet Africa pousou, pela primeira vez, no passado dia 10 de abril, no novo Aeroporto da ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, anunciou a empresa aérea. Tratou-se de uma dupla estreia, já que foi, também, a primeira vez, que uma aeronave a jato chegou à nova estrutura aeroportuária.
O avião levou a bordo uma equipa de técnicos, nomeadamente relacionados com a instalação e verificação dos instrumentos da torre de controlo aéreo, e levantou voo de uma base aérea militar em Joanesburgo para a ilha, em pleno Oceano Atlântico, a cerca de 1.200 milhas da costa africana. A ilha de Santa Helena, tal como a ilha de Ascenção e ilha de Tristão da Cunha, foram descobertas pelos Portugueses no início do século XVI, estão sob jurisdição da Coroa Britânica desde há muitos anos e integram a Comunidade Britânica.
A ilha de Santa Helena nunca teve aeroporto e os seus cerca de 5.000 habitantes só dispõem de um transporte marítimo que aporta na ilha de três em três semanas, procedente da Cidade do Cabo, na República da África do Sul. A orografia da ilha adiou consecutivamente a realização da obra que foi concluída agora depois de cinco anos de terraplanagens, em que foram movimentados oito milhões de metros cúbicos de rochas, num investimento de 250 milhões de libras esterlinas (cerca de 354,5 milhões de dólares), assumido pela Coroa Britânica.
O primeiro aeroporto de Santa Helena será inaugurado no dia 21 de Maio, com um voo da companhia sul-africana Comair, empresa subsidiária da British Airways, que voará com um Boeing 737-800 em voo procedente do Aeroporto Internacional Oliver Tambo, na cidade de Joanesburgo, duas vezes por semana. Trata-se de uma viagem que terá a duração de 05h30 entre Joanesburgo e Santa Helena e de 4h45 no regresso à África do Sul, menos tempo devido aos ventos que prevalecem nesse sector do Atlântico Sul.
Uma vez por mês, esse voo fará uma escala na ilha de Ascenção, a cerca de duas horas de voo, depois de pousar em Santa Helena. A ilha de Ascenção tem funcionado como um autêntico porta-aviões no Atlântico Sul e o seu aeroporto integrado numa base da Força Aérea Britânica, serve de escala para muitos aviões, nomeadamente de transporte militar e transporte de missões científicas que se deslocam para zonas do Pólo Sul. Atualmente é aeroporto de reabastecimento dos aviões que seguem do Reino Unido para as Ilhas Falklands (também conhecidas por Ilhas Malvinas), arquipélago sob jurisdição britânica, situado a Sul do continente americano, que continua a ser disputado pela Argentina.
O primeiro voo da ExecuJet Africa do dia 10 de abril, serviu de ensaio para outro que se realizou na manhã desta quinta-feira, dia 15 de abril, para transporte de cinco técnicos da ‘Air Safety Support International’ (ASSI), organismo internacional de certificação aeroportuária, liderados por Justin Rothwell, inspector sénior da ASSI, e que irão verificar se as condições de construção e operacionais do aeroporto estão de acordo com a legislação em vigor. Só depois do relatório desta equipa e sequente aprovação é que o aeroporto estará aberto ao tráfego internacional.
Dries Human, diretor de segurança da ExecuJet Africa, manifestou a grande satisfação da empresa em ter sido escolhida para estas deslocações, integrando-se como parte do processo de certificação do Aeroporto de Santa Helena. “Este voo é o culminar de seis semanas de meticuloso trabalho de coordenação que tem vindo a ser desenvolvido entre a companhia construtora do novo aeroporto, a Basil Read, o Aeroporto Internacional de Lanseria, em Joanesburgo, as autoridades reguladoras britânicas e o gabinete do Governador de Santa Helena, em Jamestown.
- Neste vídeo colocado pela ExecuJet Africa. podemos ver a manobra de pouso no novo Aeroporto da ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul:
